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Pesquisas apontam que a música tem o poder de aproximar as pessoas

“Os nossos corpos têm a mesma batida, o mesmo ritmo, o mesmo tango por dentro”, escreveu o escritor português Manoel Alegre. Embora mencione a arte típica da Argentina, a frase traduz bem a capacidade que a música — de qualquer lugar e cultura — tem de reunir as pessoas. Essa percepção do poeta começa a ganhar a academia, que, cada vez mais, se interessa em estudar o poder aglutinador do ritmo e da melodia.

A mais recente pesquisa nessa área foi publicada há poucos dias na edição da revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas). Os autores chegam a uma conclusão que pode ser considerada polêmica: há algo em comum na música produzida no mundo todo.

Esse ingrediente universal seria justamente a tendência de criar ritmos que estimulam o movimento coordenado dos corpos, o que torna esse tipo de arte num das mais poderosas colas sociais existentes. “Muitas pessoas tinham proposto várias candidatas a batidas universais, mas ninguém havia testado essa teoria. Por isso, desenvolvemos um esquema de classificação para analisar uma grande amostra de músicas do mundo todo”, afirma ao Correio Patrick Savage, um dos autores da pesquisa e estudante da Universidade de Artes de Tóquio.

Os autores analisaram 304 gravações de todos os continentes, criadas nas américas do Norte, Central e do Sul; na Europa; na África; no Oriente Médio; no sul e sudeste da Ásia; e na Oceania. Apesar de os estilos serem variados, foi possível traçar dezenas de recursos de tom e ritmo que estavam presentes na grande maioria das peças. Os resultados mostraram que ritmos baseados em duas ou três batidas são bastante comuns e extremamente eficazes para que os ouvintes possam se mover de maneira sincronizada, em uma espécie de comunhão.

Fonte: correiobraziliense.com.br

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