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Seis em cada dez brasileiros entre 55 e 64 anos estão acima do peso

Quanto mais velho, mais gordo. A máxima se aplica aos brasileiros, mas com uma atenuante: a consciência sobre a necessidade de uma alimentação equilibrada aumenta com a idade. Seis em cada dez brasileiros na fase da maturidade (entre 55 e 64 anos) estão acima do peso, quase o dobro do registrado entre os jovens (de 18 a 24 anos). A obesidade triplica entre os adultos maduros. Se na juventude há pouco mais de 8 obesos em cada 100 pessoas, na maturidade, a proporção é de 23 a cada 100.

Os dados são de pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, USP e UFMG no ano passado, em todas as capitais do país ("Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas", ou Vigitel).

Foi considerado acima do peso quem tem IMC (índice de massa corporal) entre 25 e 30. O índice é calculado dividindo-se o peso da pessoa por sua altura elevada ao quadrado. Já a obesidade é caracterizada quando o IMC é superior a 30.

image"Ainda que a obesidade e o sobrepeso continuem crescendo, no último triênio [2012-2014], houve uma notável desaceleração", diz o nutricionista Rafael Claro, professor-adjunto da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), um dos organizadores da pesquisa.

Isso pode ser considerado uma ótima notícia porque, "para que os índices de obesidade parem de subir, eles precisam desacelerar primeiro", diz o professor.

Sobre hábitos alimentares, quase a metade dos que têm mais de 65 anos afirma que come frutas e hortaliças cinco ou mais vezes por semana, taxa duas vezes maior que a dos mais jovens. Já o consumo de carnes gordurosas cai pela metade quando se comparam as duas faixas etárias.

O brasileiro tende a diminuir o consumo de doces e refrigerantes com o avanço da idade, revela a pesquisa. Enquanto pouco mais de 27% dos jovens afirmam comer doces cinco ou mais vezes por semana, pouco menos de 13% das pessoas com mais de 65 anos dizem fazer o mesmo.

Para os especialistas, os mais velhos estão acima do peso, apesar de adotar uma dieta mais saudável, porque fazem pouca atividade física e sofrem do acúmulo dos efeitos da má nutrição do passado.

"Quando se é jovem, aguenta-se muita coisa, mas, ao envelhecer, o corpo começa a responder a seus descuidos", afirma Andréa Pereira, médica nutróloga do Hospital Albert Einstein.

Rafael Claro explica que não só a atividade física do lazer diminui com a idade mas também a do deslocamento (anda-se menos). "Isso provoca aumento de peso, especialmente acima dos 35 anos, quando as mulheres já tiveram filhos e os homens atingem o pior momento do gasto energético."

O aparecimento de certas doenças acaba obrigando os mais velhos a adotar hábitos mais saudáveis. "Na maioria das vezes, a pessoa é forçada a tomar outra atitude. Ou ela muda, ou ela morre", diz Andréa Pereira.

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Fonte: Folha de S. Paulo

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