Dor no abdômen, frio na barriga, diarreia, constipação, sensação de bolo na garganta... são vários os efeitos gastrointestinais do estresse, seja ele agudo ou crônico, e da ansiedade. Mas como isso acontece?
O sistema nervoso central se relaciona com o trato digestório de forma bidirecional, ou seja, enviando e recebendo informações, com um influenciando no funcionamento do outro. Pensamentos, sensações e estímulos ambientais podem afetar a motilidade gastrointestinal, a produção de secreções e hormônios, a imunidade e o estado inflamatório dos órgãos. Por exemplo, ao ver ou sentir o cheiro de comida, a produção de saliva aumenta e são alteradas a motilidade e secreção gástricas.
No trato digestório, temos o sistema nervoso entérico, formado por cerca de 100 milhões de neurônios. Este nosso "segundo cérebro" troca informações com o cérebro por várias vias, como os sistemas nervoso simpático e parassimpático e o principal responsável por isto é o nervo vago. Cerca de 90% da estrutura do nervo vago leva informações do trato digestório para o cérebro. Desta forma, nosso segundo cérebro nos permite perceber o que acontece no trato digestório e ele controla o funcionamento dele sem a necessidade da participação do sistema nervoso central.
Mas não são apenas estímulos desagradáveis que o nervo vago leva para o cérebro. Foi mostrado que em pessoas com depressão crônica, refratária ao tratamento clínico, a estimulação do nervo vago pode melhorar os sintomas da doença.
O famoso "frio na barriga", por exemplo, está relacionado a alterações na sensibilidade das vísceras, na perfusão sanguínea destas e na liberação de hormônios e de secreções digestivas, entre outros fatores.
Fonte: Minha Vida
Texto original em: http://www.minhavida.com.br/saude/materias/18958-por-que-temos-frio-na-barriga-quando-estamos-ansiosos#