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Tabagismo ativo e passivo têm influência na incidência de diabetes tipo 2

Dados do MEDLINE (até 03 de maio de 2015) e Embase (até 16 de abril de 2014) de estudos prospectivos utilizando os termos de busca tabagismo, diabetes mellitus e estudos com um desenho prospectivo. Além de buscas manuais de publicações recuperadas, comentários relevantes foram utilizados nesta meta-análise e revisão sistemática. Foram incluídos os estudos prospectivos que relataram risco de diabetes tipo 2 por tabagismo e calculados os riscos relativos agrupados (RRs), com intervalos de confiança (ICs) de 95%, utilizando modelos estatísticos.

Foram identificados 88 estudos prospectivos elegíveis, com 5.898.795 participantes e 295.446 casos incidentes de diabetes tipo 2. Os RRs combinados de diabetes tipo 2 foram de 1,37 (IC 95% 1,33-1,42) comparando tabagistas atuais com não-fumantes (84 estudos, com 5.853.952 participantes); 1,14 (1,10-1,18) comparando ex-fumantes com pessoas que nunca fumaram (47 estudos, com 2.930.391 participantes) e 1,22 (1,10-1,35) comparando pessoas que nunca fumaram com e sem exposição ao fumo passivo (sete estudos com 156.439 participantes).

As associações persistiram em todos os subgrupos e foi identificada uma relação dose-resposta para fumantes atuais e o risco de diabetes: em comparação aos que nunca fumaram, os RRs foram 1,21 (1,10-1,33) para fumantes leves; 1,34 (1,27-1,41) para os fumantes moderados e 1,57 (1,47-1,66) para os fumantes pesados. Partindo do pressuposto de que a associação entre tabagismo e o risco de diabetes é causal, estimou-se que 11,7% dos casos de diabetes tipo 2 em homens e 2,4% em mulheres (ou seja, cerca de 27,8 milhões de casos em todo o mundo) são atribuídos ao tabagismo ativo.

Em comparação aos que nunca fumaram, os RRs reunidos de dez estudos com 1.086.608 participantes foi de 1,54 (IC 95% 1,36-1,74) para novos desistentes (<5 anos); 1,18 (1,07-1,29) para os que pararam de fumar no médio prazo (5 a 9 anos) e 1,11 (1,02-1,20) para os que pararam há mais tempo (? 10 anos).

O tabagismo ativo e passivo estão associados a riscos significativamente aumentados de diabetes tipo 2. O risco de diabetes é aumentado para aqueles que pararam de fumar há menos de cinco anos, mas diminui substancialmente com o aumento do tempo desde que se deixou de fumar. Se a associação entre tabagismo e risco de diabetes tipo 2 for causal, os esforços de políticas de saúde pública para reduzir o tabagismo poderiam ter um efeito substancial na incidência de diabetes tipo 2 mundialmente.

Artigo completo em News.med.br

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