"A gente só conhece bem as coisas que cativou. Os homens procuram em lojas algo para dar valor. Eles não têm mais tempo, a raposa declarou." As rimas da literatura de cordel foram escolhidas para recontar a história de um dos mais aclamados personagens da literatura infantil. Com versos do cordelista Josué Limeira e ilustrações do designer Vladimir Barros, "O Pequeno Príncipe em Cordel" faz uma releitura do clássico do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), trazendo a história para cenários que remetem ao sertão nordestino. A obra foi lançada nesta quarta-feira (7), no Recife.
"É um dos livros mais traduzidos do mundo, mas não tinha em linguagem nordestina", diz o autor. "Eu procurei ser fidedigno à história original, mas coloquei alguns elementos do nosso dia a dia", afirma.
VERSÃO
Na versão, um rapaz de chapéu de couro e pele queimada de sol viaja de carona no voo de asas-brancas, ave comum na região que foi homenageada na música de Luiz Gonzaga.
No meio do deserto, que bem poderia ser algum lugar no semiárido nordestino, o Pequeno Príncipe encontra uma rosa solitária, representada pela flor do mandacaru –aquela que brota ao anoitecer e murcha pela manhã.
Alguns personagens aparecem como figuras conhecidas do folclore da região, como o rei, vestido como o personagem central do reisado, dança típica nordestina. Já o Vaidoso virou o Homem da Meia-Noite, um dos mais tradicionais bonecos gigantes de Olinda.
"Dizem que o Homem da Meia-Noite se arrumava tanto que arrebatava o coração das meninas quando andava pelas ruas de Olinda. Não tinha pessoa melhor para representar esse personagem", diz o ilustrador.
Além da linguagem, outros símbolos da cultura popular do Nordeste também marcam presença na obra, como as molduras inspiradas em desenhos de xilogravura. O livro publicado pela Carpe Diem tem 174 páginas e custa R$ 35.
Onde encontrar:
Livraria Nova Aliança
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(86) 3221-6793
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