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Treino com pesos fortalece o cérebro

Fazer ginástica é bom para o cérebro. Isso todo mundo sabe. Mas a maioria dos estudos tem se voltado para os efeitos da corrida e de outras atividades aeróbicas. Agora, um experimento sugere que um treino leve de resistência também pode retardar o encolhimento cerebral associado à idade. Nosso cérebro é um órgão dinâmico, agregando e descartando neurônios e conexões ao longo da nossa vida. Ele, na verdade, se repara constantemente em resposta ao nosso estilo de vida, incluindo se e como nos exercitamos. No entanto, ele permanece, como o resto do corpo, vulnerável à passagem do tempo.

Muitos estudos já concluíram que no final de meia-idade a maioria das pessoas começa, em decorrência do envelhecimento, a desenvolver buracos ou lesões na substância branca do cérebro, que conecta e transmite mensagens entre diferentes regiões cerebrais.

Teresa Liu-Ambrose, professora de fisioterapia da Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, se perguntou se outros tipos de exercício seriam benéficos para a substância branca. Ela estava interessada no treinamento com pesos, que fortalece e desenvolve a musculatura.

Nossos músculos, como nossos cérebros, tendem a encolher com a idade, afetando a forma como nos movimentamos. As alterações no caminhar decorrentes da idade podem indicar e até mesmo contribuir para declínios na saúde cerebral, especulam os cientistas. Mas, se for assim, raciocinou Liu-Ambrose, o treino com pesos, ao fortalecer e desenvolver a musculatura, pode alterar esse processo e manter o corpo e o cérebro saudáveis durante a velhice.

Ela e seus colegas aproveitaram um grande grupo de mulheres de 65 a 75 anos que já participavam de um estudo sobre saúde cerebral. Para a nova pesquisa, publicada em “The Journal of the American Geriatrics Society”, os cientistas se debruçaram sobre 54 mulheres cujo exames mostravam lesões na substância branca e as distribuíram aleatoriamente em três grupos.

Algumas iniciaram um programa semanal leve de levantamento de pesos para a parte superior e inferior do corpo. O segundo grupo fazia esse treino duas vezes por semana. E o terceiro, como grupo de controle, se dedicou a um programa de alongamento e treino de equilíbrio, duas vezes por semana. Todas mantiveram suas respectivas rotinas de exercícios durante um ano.

As mulheres do grupo de controle —concentradas no equilíbrio e na flexibilidade— apresentaram um aumento no número e tamanho das lesões da substância branca e caminhavam mais lentamente. O mesmo havia ocorrido com mulheres que treinavam com pesos uma vez por semana.

Já as que os levantavam duas vezes por semana tiveram um menor encolhimento e esgarçamento da substância branca. Suas lesões haviam crescido um pouco, mas nem de longe tanto quanto nos outros grupos. Essas mulheres também caminhavam de forma mais suave e rápida que as outras. Qualquer exercício “traz benefícios para o cérebro”, segundo Liu-Ambrose. “No entanto, só agora começamos a entender como o exercício pode ser impactante.”

Notícia  completa em NYT

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