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Escolas ensinam crianças a lidar com dinheiro

Lidar com o dinheiro e aprender boas práticas de consumo já fazem parte do currículo de muitas escolas a partir do ensino fundamental. As lições incluem feirinhas de troca e \"negócios\" até matemática financeira. \"Os alunos hoje já pensam duas vezes antes de gastar\", diz Ana Maria Andolfato, professora do Colégio Pio XII, onde a disciplina de educação financeira consta da grade curricular no segundo ano do ensino médio. A aula faz parte da formação de economia e trabalho em educação financeira e foi incluída na grade há cinco anos. As aulas são dadas uma vez por semana para cerca de cem alunos e têm duração de 50 minutos. Não há prova, mas a presença é exigida. \"Os alunos saem muito mais preparados, conseguem escolher e descartar carreiras com muito mais facilidade\", diz Ana.
As aulas focam desde finanças pessoais, valorização de custo/benefício das baladas, gastos com viagens, celulares e despesas mensais. \"Tenho um grupo de alunos que começou a aplicar dinheiro na poupança, outros começaram a investir na Bolsa com o CPF dos pais\", diz a professora. 

A disciplina é dividida em duas partes: a primeira foca a administração da vida pessoal e a outra trata da economia do país e a inserção do Brasil no mundo. \"Os alunos passaram a ler os cadernos de economia dos jornais.\"
O Colégio Franscarmo iniciou um projeto de educação financeira no ano passado com as turmas de quarto e quinto ano, envolvendo crianças na faixa etária de oito a dez anos. \"O objetivo é trabalhar a questão do consumo consciente do aluno\", diz a professora Rose Marie Martiniak Closs, responsável pelo projeto de educação financeira. \"Isso envolve duas questões muito importantes: o que eu quero e o que eu preciso.\" O projeto é desenvolvido nas aulas de matemática, duas vezes por semana.
\"As crianças pegam o dinheiro e vão para o supermercado com a missão de compor uma cesta básica que será doada. Elas passam a observar as coisas de outra forma, começam a fazer a correlação de preços, por exemplo, entre um pacote de salgadinho que compram na hora do lanche e o preço de um litro de leite\", observa.
O Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, já inclui a educação financeira do ensino fundamental, com crianças a partir de seis anos, ao ensino médio, onde alunos que estão se preparando para a universidade participam de intercâmbio com escolas alemãs de economia e convênios com empresas multinacionais. \"A educação financeira começa no ensino fundamental, aos seis anos, com feiras e pequenos projetos sobre consumo consciente\", diz Matthias Holtmann, diretor do currículo bilíngue do colégio.
No ensino fundamental, o foco é voltado para orientação profissional. \"Nessa fase, os alunos já estão muito bem focados na profissão, já decidem o que fazer e muitos demonstram interesse na área financeira e vão estudar fora do país.\"
Fonte: Valor Econômico
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