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Estudo mostra que saúde e bem-estar dependem de relações íntimas e de qualidade

Ter dinheiro ou fama comumente são associados à conquista de felicidade, e tais desejos já foram apontados como o objetivo de vida mais importante de norte-americanos nascidos nos anos 80 e 90.

A dedicação e esforço no trabalho seriam o caminho para se alcançar mais resultados.

Mas uma pesquisa realizada durante 75 anos (!!!) nos Estados Unidos mostrou que os ingredientes fundamentais para uma vida saudável e cheia de bem-estar são relações íntimas e de qualidade com a família, com os amigos e com a comunidade.

As conclusões do Estudo do Desenvolvimento Adulto, promovido pela Universidade de Harvard, foram abordadas por seu diretor, o psiquiatra e psicanalista americano Robert Waldinger, em uma conferência no TED 2015.

Durante 75 anos, a pesquisa acompanhou a vida de 724 homens, ano após ano, abordando o trabalho, a vida doméstica e a saúde, além de realizar exames médicos. Cerca de 60% dos pesquisados, a maioria já com 90 anos, ainda estão vivos e participam no estudo. Há cerca de 10 anos, o estudo passou a integrar também as esposas desses homens.

O próximo passo, segundo Waldinger, é estudar os mais de 2000 filhos dos homens pesquisados.

A população pesquisada foi dividida em dois grupos desde o começo, em 1938. No primeiro, homens que estudaram em Harvard e que, em sua maioria, lutaram na Segunda Guerra Mundial. Já o segundo era composto por adolescentes dos bairros mais pobres de Boston, vindos de algumas das famílias mais problemáticas e mais desfavorecidas da região.

Os destinos desses homens foram variados: se tornaram operários fabris e advogados, assentadores de tijolos e médicos, e um deles foi presidente dos EUA.

Os 75 anos de acompanhamento mostraram a Waldinger três lições, e nenhuma delas diz respeito a riqueza, fama, ou a trabalhar cada vez mais. A primeira delas é que as relações sociais são boas para nós, e a solidão mata.

A segunda lição mostrou que o que importa é a qualidade de nossas relações íntimas.

O estudo mostrou que o grau de satisfação que os homens sentiam nas suas relações foi decisivo para um envelhecimento mais feliz e saudável. “As pessoas que se sentiam mais satisfeitas com as suas relações, aos 50 anos, foram as mais felizes aos 80 anos.”

A terceira e última lição é que as boas relações protegem não só o corpo, como também o cérebro.

Pelas lições aprendidas, a tal felicidade parece fácil, não? Waldinger tem uma resposta para isso: somos seres humanos e lidar com a família e com os amigos é algo complicado, que dura a vida toda.

Para se apoiar em boas relações, ele sugere atitudes cotidianas e acessíveis, como substituir a TV por tempo com as pessoas, fazer passeios, animar uma relação amorosa adormecida e falar com algum familiar com quem não se fala há anos. “Essas contendas familiares têm um efeito terrível na pessoa que guarda rancores”.

Texto original em Brasilpost

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