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Internet vicia! Excesso pode causar doenças e depressão

Você não larga o celular, tecla enquanto dirige ou caminha, fica ansioso quando não pode acessar a rede social e bota a mão no bolso achando que o aparelho vibrou, quando na verdade nada aconteceu? Cuidado, você pode estar viciado em internet. Parece brincadeira, mas o uso excessivo da web pode resultar em doenças graves como depressão , cada vez mais comum. O chamado estresse digital indica falta de habilidade em lidar com as pressões do cotidiano atual, como a "obrigatoriedade" em estar sempre conectado e de saber logo sobre tudo que se passa no mundo. “Somos bombardeados de novidades e de pressões para usar a internet o tempo todo. Já chegamos em um nível em que um mundo sem internet parece impossível. Mas o problema é quando a falta da web passa a gerar sofrimento intenso”, afirma o médico Hewdy Lobo, psiquiatra do Hospital Lacan.

A cirurgiã-dentista Vanessa Fazzi, 38 anos, admite ficar angustiada quando não pode acessar a internet. “Parece que algo está faltando”. Segundo Vanessa, as redes sociais são irresistíveis. “Vejo o Facebook e o Instagram constantemente, fora o Whatsapp, que não desgrudo. Além disso, tem o Waze, que utilizo para me orientar no carro, sites odontológicos e livros virtuais. Fico conectada pelo celular 24 horas por dia”, admite Vanessa.

Sentar à frente de uma tela de computador por cinco horas diárias pode aumentar drasticamente o risco de depressão e insônia, segundo uma nova pesquisa realizada na Chiba Univertsity, no Japão. Estudos anteriores davam conta que o uso excessivo da rede causava sintomas como dor de cabeça, olhos embaralhados e dor nas costas. Mas o novo estudo mostra que há efeitos complicadores para a saúde mental também.

Segundo a mostra, que durou três anos com 25 mil trabalhadores, a maioria reclamou de se sentir depressivo, ansioso e relutante em acordar e ir trabalhar de manhã. Eles ainda reclamaram de sono quebrado, pos acordam muitas vezes durante a noite, "O resultado demonstra que é preciso ficar menos tempo conectado à internet", disse a médica e responsável pela pesquisa, Tetsuya Nakazawa, ao jornal Daily Mail. O psquiatra Lobo alerta que a falta da internet pode causar reações e efeitos parecidos com aqueles que são encontrados em dependentes químicos. 

Crianças e adolescentes que já nasceram num mundo com internet são um dos mais atingidos por essas enfermidades. "Nessa idade as funções executivas não estão completamente formadas, como tomada de decisões, planejamento e controle dos impulsos. Com isso, os jovens apresentam sintomas de depressão precocemente e se tornam vítimas fáceis", explica o psiquiatra Lobo.

Pressionados a estarem sempre disponíveis e conectados, os adultos que dependem de redes sociais e até de aplicativos de paquera também podem estar vulneráveis. "O mundo real está cada vez mais solitário e árduo. Adultos e idosos buscam na internet uma forma de suprir suas emoções. Isso pode se tornar grave", diz Lobo.

O especialista explica que para caracterizar depressão é preciso apresentar sintomas como humor abalado por semanas. "A pessoa sofre e fica exausta", explica. Outros sintomas apontados pelo médico são: irritação, ansiedade , desânimo, apatia, falta de energia e vontade de fazer atividades apreciadas, sentimentos de desamparo, de vazio, pessimismo, culpa, inutilidade, fracasso, vontade de sumir, de morrer, entre outros.

Ajuda

Todas as doenças ou sintomas provocados pelo uso excessivo da internet estão relacionadas a doenças que já existiam, segundo Lobo. “A dependência da web tem as mesmas características diagnósticadas naqueles que usam substâncias psicoativas, que agem no sistema nervoso central e causa mudança de comportamento”, afirma. Uma vez que se estabelece uma doença relacionada com o uso da internet, é necessário que se busque ajuda com profissional especializado, que poderá fazer o diagnóstico adequado e planejar a melhor intervenção para o caso. “Está na hora de aprendermos os limites do uso destas tecnologias para o nosso bem-estar. No caso das crianças e adolescentes, devemos ensinar estes limites”, afirma o psiquiatra Lobo.

Fonte: Terra.com.br

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