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Atividade Física X Exercício Físico - qual a diferença?

É muito comum as pessoas confundirem esse termo e acharem que atividade física e exercício físico sejam sinônimos, no entanto, eles não são termos permutáveis. Atividade física é qualquer movimento corporal, produzido pelo músculo esquelético que resulte em um pequeno aumento calórico acima do repouso, por exemplo, podemos classificar como uma atividade física uma pequena caminhada até o ponto de ônibus ou até a padaria, aquela caminhada que fazemos para nos deslocar de um local para outro. Já o exercício físico é um tipo de atividade que consiste em movimentos corporais programados, estruturados e sistematicamente repetitivos que têm como objetivo melhorar o condicionamento físico. Podemos considerar como exercício físico, a dança, a natação ou até uma caminhada diária com intensidade moderada.

O exercício físico pode ser utilizado como uma ferramenta não medicamentosa e muito eficiente contra as doenças crônicas metabólicas resultantes de um estilo de vida sedentário e, entre seus benefícios, destacam-se redução da gordura corporal, melhoria no sistema cardiovascular, aumento da sensibilidade à insulina, redução do LDL e aumento do HDL.

Não existe uma quantidade suficiente para o exercício físico, mas sim uma recomendação mínima para se manter a qualidade de vida, pois a relação causa-efeito sugere que pouca atividade é melhor do que nenhuma e, mais atividade, até certo ponto é melhor que pouca, ou seja, quanto mais ativo o indivíduo, acredita-se que mais saudável ele seja. No entanto, as recomendações do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) sugerem que, para um adulto de 18 a 65 anos de idade manter-se saudável, é necessário realizar, no mínimo, 30 minutos por dia, cinco vezes na semana de atividade aeróbica de intensidade moderada.

Um fato interessante é que esses 30 minutos podem ser feitos de maneira fracionada durante o dia, em sessões de 10 minutos cada, pois seu acúmulo, quando totaliza 30 minutos, proporciona os mesmos benefícios que uma única sessão de 30 minutos e, sendo assim, essa atividade aeróbica moderada poderá ser feita em 10 minutos pela manhã, 10, ao meio dia e, 10 à noite, por exemplo. Deve ser feita, também, no mínimo, em dois dias na semana, uma atividade que melhore a força muscular, mas, como falei anteriormente, quem deseja melhorar sua aptidão física, reduzir os riscos de doenças crônicas e prevenir o ganho de peso, deve exceder essas recomendações que são mínimas.

Mitos e verdades sobre exercícios físicos

O que devemos fazer antes de começar a praticar exercícios?

O indicado é que, antes de iniciar uma programação de exercícios, o indivíduo procure orientação com um profissional da área de saúde (em especial um profissional de educação física), apto a fazer uma triagem através de questionário sobre seus hábitos e seu estilo de vida, a fim de avaliar fatores de risco de doenças cardiovasculares para classificar o estado de saúde desse indivíduo e, a partir desse questionário, se necessário, solicitar a realização de alguns exames físicos e teste de esforço feito por médico especializado em medicina do esporte.

Um dos princípios do treinamento físico está na individualidade biológica, ou seja, cada indivíduo responde de forma diferente ao mesmo exercício. Quase nunca o exercício de “Maria” vai responder da mesma forma em “Joana” e, atualmente, na internet, encontram-se muitas informações deturpadas, em especial nas redes sociais sendo comum o aluno chegar nas academias com seu treino pronto, geralmente retirado ou copiado no blog de alguma celebridade fitness. No entanto, a prescrição e orientação do exercício está legitimada ao professor de educação física, registrado no Conselho Regional de Educação Física (CREF), profissional que tem a competência para avaliar e decidir sobre o melhor exercício.

Quais os perigos do consumo de substâncias que prometem emagrecimento rápido ou massa muscular rápida, sem a devida orientação médica?

Muitas dessas substâncias, em especial as que prometem rápido emagrecimento, contêm fórmulas prejudicais ao sistema nervoso autonômico e cardiovascular. Elas induzem a uma maior predominância do sistema nervoso simpático, aumentando a frequência cardíaca e, consequentemente, uma maior pressão arterial não só durante o exercício, como também em repouso tornando-se um risco para cardíacos e hipertensos e, até mesmo, para pessoas saudáveis.

Abdominais emagrecem?

Os exercícios para o abdômen não são eficientes para o emagrecimento, pois o tempo que se passa fazendo exercícios para esse músculo não é suficiente para promover a beta oxidação lipídica, no entanto, os músculos do abdômen são de fundamental importância para a estabilização da coluna e da região pélvica e tem como função a proteção dos órgãos vitais. Sendo assim, apesar de não ser determinante para o emagrecimento, exercícios para esse músculo são importantes.

Aeróbicos em jejum emagrecem?

Um estudo publicado no Journal of the International Society of Sports Nutrition, no ano 2014, analisou 20 indivíduos do sexo feminino, que foram divididos em dois grupos, aleatoriamente, em que um grupo com 10 indivíduos realizou uma hora de treinamento aeróbico após uma noite em jejum e, os outros 10, após consumirem uma refeição que foi um shake, substituto de refeição fornecido antes do exercício, para o grupo alimentado e, imediatamente, após o exercício, para o grupo em jejum. Ambos os grupos mostraram uma perda de peso significativa, os resultados indicam que alterações da composição corporal associados ao exercício aeróbio em conjunto com uma dieta hipocalórica são semelhantes, independentemente de estar ou não um indivíduo em jejum antes do treino.

Não devemos beber líquidos durante os exercícios?

A hidratação é de fundamental importância durante o exercício. O ACSM recomenda consumo de, aproximadamente, 500 ml de líquido duas horas antes do exercício moderado que tenha a duração máxima de uma hora. Após o exercício, o recomendado é ingerir cerca de 150% da perda corporal.

Treinar intensamente na academia pode trazer mais resultados?

As evidências científicas vêm mostrando que os exercícios mais intensos e mais curtos têm sido mais eficientes para o emagrecimento e os intervalados, de alta intensidade, são uma excelente opção para quem deseja emagrecer, caracterizando-se por exercícios que intercalam maior intensidade (all-out), como períodos de recuperação em baixa intensidade (ativa) ou com interrupção completa do exercício (recuperação passiva), o que leva a um aumento potencial em excesso de consumo de oxigênio pós-exercício (EPOC) causado pelo estresse metabólico durante o treinamento, sendo necessário um maior gasto calórico para retornar às condições fisiológicas normais do corpo.

É preciso fazer alongamento depois dos exercícios?

É um equívoco achar que o alongamento após o treino previne lesões ou reduz dores musculares, no entanto, eles não se fazem dispensáveis, uma vez que um músculo alongado é mais forte. O alongamento ajuda na hipertrofia, pois promove um aumento do número de sarcômeros e proporciona um ganho de flexibilidade. A sugestão é alongar membros inferiores quando realizar exercícios para membros superiores e vice-versa.

Fonte: educacaofisica.com.br

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