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Grávidas fumantes: os malefícios cigarro na gestação

Você sabia que 87% das fumantes que engravidam não abrem mão do cigarro durante a gestação? Se este dado, por si só, assusta, o cenário se agrava ainda mais ao incluirmos as mulheres que até conseguem dar uma pausa no vício, mas o retomam em até seis meses após o parto, elevando a estatística para 94%. Para a enfermeira especialista em saúde coletiva e desenvolvimento infantil Anna Chiesa, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (SP), a dificuldade de se livrar do cigarro se deve, em parte, à falta de incentivo e políticas antifumo no país. “Durante o pré-natal, os profissionais não alertam as gestantes sobre a gravidade do hábito nem apresentamos recursos disponíveis para abandoná-lo.”

E quem geralmente volta a fumar depois de dar à luz o faz por causa do peso. Segundo a cardiologista Jaqueline Issa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (SP), o tabaco inibe o apetite, levando ao emagrecimento. Por isso, algumas mães recorrem a ele para recuperar a forma, abrindo precedente para outros problemas sérios.

Bebê em risco

* Na barriga: mãe e filho compartilham a circulação sanguínea, portanto, a criança fica exposta à nicotina. A substância tem a capacidade de diminuir o calibre das artérias responsáveis por levar nutrientes e oxigênio ao feto, retardando, assim, seu crescimento e favorecendo malformações congênitas, como lábio leporino, além de complicações digestivas e respiratórias.

* Recém–nascido: o contato coma fumaça ou o ambiente de um fumante pode levar a criança a ter infecções nas vias aéreas, diminuição da capacidade pulmonar e outras doenças respiratórias, além de elevar o risco demorte súbita. Para a mãe que amamenta e fuma, o bebê será exposto à nicotina por meio do leite materno.

Quero engravidar

Procure ajuda para abandonar o vício antes de tentar a concepção. Os métodos mais eficazes de combate ao fumo são medicamentos proibidos para quem espera um filho.

Estava grávida e não sabia!

Não é preciso entrar em pânico. Os riscos que o tabaco promove ao feto são cumulativos e dependem da quantidade de cigarros. Mas, assim que descobrir a gestação, informe seu médico sobre o vício.

E agora, o que faço?

1. Consulte seu obstetra, que irá avaliar o grau do vício e definir o tratamento.

2. Busque ajuda psicológica para entender a raiz do problema – como estresse e ansiedade, por exemplo.

3. Procure um grupo de apoio.

4. Abra o jogo com sua família e companheiro, sem omitir o desejo de fumar, por temer o  julgamento deles.

5. Questione seu médico a respeito da segurança e eficácia de métodos como goma de mascar de nicotina.

Revista Crescer

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