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Técnicas que ajudam a lembrar

Apesar do poder e da sofisticação da capacidade humana de preservar informações, esse sistema complexo não é infalível. Felizmente, a ciência vem fazendo avanços importantes no estudo das habilidades mnemônicas (a palavra vem do nome da deusa grega Mnemosine, guardiã das recordações). Veja abaixo o que funciona na prática.

Fique no momento presente 

É muito frequente pensar em reter o que aprendemos depois de ter recebido a informação. Especialistas afirmam, no entanto, que esse “trabalho” deve começar antes. “Decidir conscientemente que algo é importante e merece ser recordado pode ajudar a privilegiar uma lembrança”, afirma o pesquisador Michael Anderson, da Universidade de St. Andrews, Reino Unido. “Faça um esforço consciente para pensar sobre onde você deixou as chaves, por exemplo: dizer em voz alta ‘estou colocando minhas chaves sobre a mesa’; isso ajuda a fixar a informação”, sugere Anderson. Quanto mais estivermos “presentes” em cada momento, mais fácil será vivê-lo plenamente, sem distrações, apreendê-lo e resgatar as memórias quando desejarmos. 

Brinque com os nomes 

Uma das queixas mais frequentes em relação às falhas da memória está associada aos problemas com lembrança de nomes. Quando apresentados a alguém, costumamos  olhar para a pessoa e fazer algum comentário socialmente adequado. Enquanto isso, muitas vezes, o nome da pessoa “entra por um ouvido e sai pelo outro”. Felizmente, é possível reverter isso recorrendo à mnemônica de imagens visuais. Para começar, buscamos um substituto que permita a formação de uma imagem para o nome da pessoa. O doutor em psicologia Michael W. Eysenck, coautor do livro Memória (Artmed, 2011). É possível usar a imaginação e fazer associações: se o sobrenome do interlocutor for Lima, imagine-o, por exemplo, vestido de laranjas-limas. Um estudo conduzido pelos psicólogos P. E. Morris, S. Jones e P. Hampson, com base no breve treinamento de voluntários nesse método, mostrou que ligar nomes a traços e características do interlocutor é eficiente em cerca de quase 80% dos casos.  

Faça pausas 

Um estudo coordenado pelo neurocientista Eric Kandel, ganhador do Prêmio Nobel em 2000 de Medicina e Fisiologia por sua pesquisa sobre os processos bioquímicos subjacentes da memória, indica que a melhor maneira de gravar o que lemos pode ser intercalar períodos curtos de estudo com intervalos. Ele acompanhou lesmas-do-mar Aplysia californica durante a fuga de predadores, registrando as respostas comportamentais e averiguando o melhor desempenho. O neurobiólogo John H. Byrne, ex-aluno de Kandel, aprofundou a pesquisa. Coordenador do departamento de neurobiologia e anatomia da Escola de Medicina da Universidade do Texas em Houston, ele constatou que, durante as pausas, enzimas neuronais ativam proteínas que impulsionam a produção de substâncias, favorecendo o disparo de neurônios – e a memorização. O pesquisador acredita que o que vale para lesmas pode funcionar também para seres humanos, desde que as pausas sejam curtas. 

Fonte: Mente e Cérebro

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