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Boneca inteligente é banida da Alemanha

As famílias alemãs receberam uma séria advertência de autoridades e organizações que defendem os consumidores para que destruam a boneca "Minha Amiga Cayla". O brinquedo pode ser acessado por hackers para espionar a residência ou fazer comunicação direta por voz com as crianças, devido a vulnerabilidades no software. Agora a boneca está proibida no país, e quem vender ou possuir o brinquedo poderá receber pena de até dois anos de prisão.A fabricante Genesys Toys, de Hong Kong e com sede nos EUA, é a número um no mundo em brinquedos conectados. A boneca foi incluída entre os dez brinquedos preferidos em 2014 pela Associação Federal de Varejo de Brinquedos da Alemanha. A distribuição é feita pelo grupo Vivid Toy.

Cayla possui um sistema inteligente, microfone e alto-falantes com Bluetooth, para comunicação com a criança, e busca na web respostas às perguntas formuladas por ela. Os problemas de vulnerabilidade de Cayla começaram a aparecer em janeiro de 2015, com o registro de reclamações de grupos de consumidores nos Estados Unidos e na Europa. Desde então, as queixas cresceram.

Na semana passada, o pesquisador Stefan Hessel, da Universidade de Saarlandes, na Alemanha, publicou num site especializado do país os resultados de testes que fez com a boneca. Disse que foi possível invadir o sistema, rompendo barreiras de segurança, e que uma pessoa com um dispositivo Bluetooth, a 10 metros de distância, mesmo separada por várias paredes, pode se comunicar com a criança.

Para Hessel, Cayla é "um transmissor camuflado", também adequado para interceptação clandestina de comunicações. Mas mesmo dizendo que é questionável se um sistema de transmissão está instalado, alertou que a boneca está preparada para "ouvir". O risco é para a criança, que pode falar com um estranho, pensando que é a boneca, e também para a família, em casos de espionagem. Isso fere as regras de telecomunicações do país, que proíbe sistemas de transmissão e espionagem. Os alemães são cuidadosos, principalmente com uma eventual vigilância pelo Estado, depois do que ocorreu na Alemanha nazista e na Alemanha Oriental Comunista, na 2ª Guerra.

Fonte: Valor
Enviada por JC

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