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Criança que come bem: seu filho é assim?

De repente, aquele bebê que só tomava leite começa a estender a mãozinha para o seu prato, a fazer careta quando experimenta um alimento novo e a deixar sua cozinha com uma nova decoração.

Papinhas tingem roupas e cadeirão, enquanto pedacinhos de frutas colorem o chão. Apesar da bagunça que envolve o momento da refeição com os bebês, muitas vezes você descobre que é possível sentir uma felicidade imensa simplesmente por ver alguém comendo brócolis ou lambuzando o rosto com um pedaço de manga. E, mais rápido do que você imagina, aquele pequeno desastrado se transforma em uma criança capaz de se alimentar por conta própria e, em um futuro não tão distante, a fazer suas escolhas à mesa.

Para você perceber como a alimentação nos primeiros anos de vida é essencial para a saúde no futuro, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Missouri (EUA), até os 2 anos o cérebro de um bebê consome, sozinho, entre 50% e 75% de toda a energia adquirida por meio da nutrição. Ou seja, se não receber os nutrientes necessários, a criança corre riscos de não desenvolver plenamente habilidades de cognição, além de apresentar comprometimento físico.

Comer bem, porém, não tem relação alguma com pratadas e mais pratadas de comida. Já foi o tempo em que um bebê gordinho era sinônimo de saúde. Um estudo da University College London (Reino Unido) com 2.564 crianças entre 4 e 18 meses mostrou que aqueles com sobrepeso tinham dieta similar à dos que possuíam medidas saudáveis. A diferença estava no tamanho das porções. “A pesquisa dá indícios de que os pais de filhos que estão acima do peso não dão necessariamente barras extras de chocolates para eles nem outros alimentos altamente calóricos. O problema é que eles servem porções maiores durante as refeições”, explicou em nota o autor do estudo, Hayley Syrad.

Assim, esqueça frases como “Raspe o prato” ou “Só levante quanto terminar tudo”. “Respeitar os limites da criança é a melhor maneira de estimulá-la a comer bem”, diz a gastropediatra Cylmara Gargalak, do Hospital Sírio-Libanês (SP). A nutricionista infantil Elaine de Pádua, autora do livro O que Tem no Prato do seu Filho (Ed. Alles Trade) vai além. “Forçá-la a comer pode tanto dilatar o estômago como criar uma neofobia alimentar, ou seja, uma relutância em experimentar novos alimentos. Se a criança não está com problemas de desenvolvimento, vai consumir o suficiente”, diz. Sabe por quê? De acordo com um estudo da Universidade de Harvard (EUA), já durante a amamentação, os bebês têm a capacidade de autorregular o apetite e não ingerem nem mais nem menos calorias do que precisam, habilidade que permanece mesmo depois do período exclusivo do aleitamento. A recomendação do Sistema de Saúde da Inglaterra é que os pais comecem servindo quantidades pequenas e deixem que os filhos peçam por mais se não estiverem saciados. Na dúvida, pense no seguinte: estudos indicam que o tamanho do estômago de um adulto é comparável ao de um melão pequeno e o de um bebê de 1 ano, a uma tangerina. Por isso, não exagere no tamanho das porções.

Fonte: Crescer

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