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Fidget spinner: o brinquedo que ajuda crianças a lidar com a ansiedade

Se você ainda não ouviu falar do Fidget spinner, prepare-se, pois logo vai ver o brinquedo girando perto de você. Pode ser mais uma moda sazonal, mas a história do brinquedo chama a atenção. A peça giratória foi criada pela norte-americana Catherine Hettinger, em 1993, com o objetivo de tranquilizar as pessoas e com a pretensão de trazer a paz mundial, já que quem usa, pode ficar – notoriamente – mais calmo. O brinquedo parou de ser produzido por falta de recursos, mas duas décadas depois chega às mãos de crianças e adolescentes. O brinquedo tem um mecanismo simples. Apenas gira, gira e gira, causando um efeito hipnótico. O objetivo macro – de trazer a paz no mundo – pode não ter sido atingido, mas a peça tem sido utilizada para acalmar jovens – e até adultos – com distúrbios de atenção e autismo. 

Com três pontas em formatos de círculos que rotacionam, as peças giram em torno de um centro giratório quando o objeto é impulsionado. São várias cores e figuras que provocam diferentes visuais, quase como um caleidoscópio. Esse efeito é capaz de tranquilizar as pessoas e não apenas divertir, por isso o brinquedo está fazendo tanto sucesso.

O produto funcionaria como “antiestressante” porque realiza um movimento contínuo auxiliando quem tem dificuldade na concentração. Basta observar a rotação do brinquedo para ter uma experiência sensorial agradável. O brinquedo é pequeno, cabe na palma da mão, e pode ser encontrado em sites de vendas a partir de R$ 21. O funcionamento não depende de pilhas ou baterias.

Atenção

Para o neuropediatra Antônio Carlos de Farias, é preciso tomar cuidado já que não existe nenhuma base científica ligada ao brinquedo. Ele explica que o movimento faz com que a criança coloque o foco da atenção no brinquedo, criando a capacidade de abstrair  – mas nada diferente dos outros brinquedos que têm a mesma finalidade. Ainda assim, nesse caso, ele pode ser útil para quem tem déficit de atenção.

Porém, é preciso tomar cuidado ao fornecer para crianças autistas. “O autista tende a focar em sequências. Se ele começa a ver um objeto girando, acentua nele o interesse irrestrito por isso. Pode ficar horas olhando o brinquedo que gira, tirando ele do foco de outras atividades e pode criar uma situação de obsessão”, diz o neuropediatra.

E como todo brinquedo, é preciso observar a qualidade das peças e a faixa etária das crianças que usam. Recentemente a mãe de uma criança do Texas publicou nas redes sociais um depoimento informando que sua filha de 10 anos engoliu uma das peças do brinquedo e teve que ser internada. Kelly Rose Joniec, contou que a filha, Britton, estava no banco de trás do carro quando aconteceu o problema e teve que ser internada às pressas. O objeto foi retirado da garganta e a menina passa bem.

Não há casos de proibição da produção do brinquedo no mundo. Escolas dos Estados Unidos e Inglaterra, no entanto, chegaram a proibir  as crianças de levarem o produto para as salas de aula, mas pela única razão de que o brinquedo estava causando justamente o que ele se propõe a coibir: a distração.

Fonte: Gazeta do Povo

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