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Manual de pediatria orienta exercícios físicos para cada idade

Três horas de atividades físicas diárias é o mínimo que crianças de até 5 anos devem praticar para afastar o risco da obesidade infantil. Esta e outras recomendações estão em um manual lançado na semana passada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) com o objetivo de estimular a prática de brincadeiras e esportes por crianças e adolescentes brasileiros. No caso das crianças menores, as atividades devem ser mais leves, como brincar e andar de bicicleta. A partir dos 6 anos, a recomendação cai para uma hora diária, mas os exercícios devem ser mais intensos, como correr e nadar.

Com dicas organizadas por faixas etárias e por público - pais, pediatras, professores e as próprias crianças -, o manual ressalta os riscos do sedentarismo precoce. “Quanto mais cedo a obesidade aparece, maior o risco dessa criança ter uma complicação quando adulta, como problemas no fígado, nos vasos sanguíneos e nas articulações”, explica Luciana Silva, presidente da SBP.

Segundo a entidade, mais da metade dos adolescentes brasileiros não pratica nenhuma atividade física e uma em cada seis crianças tem sobrepeso.

A permanência prolongada das crianças em frente a telas, como as de TVs e celulares, é vista como um fator agravante do sedentarismo e deve ser combatida. Segundo o manual, crianças menores de 2 anos não devem nunca utilizar esses dispositivos. Os maiores de 2 anos podem permanecer em frente a telas por duas horas diárias, descontando o tempo que utilizam computadores para atividades escolares.

“Mas não basta proibir, é preciso engajar as crianças em atividades ao ar livre prazerosas”, ressalta Luciana.

É o que tenta fazer a família dos gêmeos Isaac e Tobias, de 8 anos, e de Martina, de 2 anos. Os três irmãos gostam de celulares, mas foram estimulados, desde cedo, a praticar esportes e brincar na quadra do prédio e nas praças próximas de casa.

“Os meninos fizeram natação por anos, agora fazem capoeira e jogam futebol”, conta a avó das crianças, a empresária Lenir Bregantim, de 60 anos. “A escola deles também tem uma proposta diferente, com muito espaço para brincar e árvores para podem subir”, conta.

A preocupação com atividades físicas fez a designer Cristiana Marroig, de 34 anos, colocar a filha Beatriz, de 2 anos, na natação aos 11 meses. “Ela sempre gostava quando entrava na piscina com a gente e percebi que esse tipo de atividade ajuda no desenvolvimento físico e intelectual da criança”, diz ela.

Com a filha mais nova, Giovanna, de 6 meses, Cristiana explora atividades de acordo com as limitações da idade. “Todos os dias levantamos as pernas dela, fazemos movimentos circulares com os braços e a colocamos de barriga para baixo. Tudo por recomendação do próprio pediatra.”

Por faixa etária

0 a 2 anos

Bebês que não começaram a se arrastar ou engatinhar devem ser incentivados a se manterem ativos em atividades como alcançar, segurar, puxar, empurrar e mover a cabeça, corpo e membros.

Bebês que já engatinham devem ser incentivados a serem ativos em um ambiente seguro, supervisionado e estimulante.

Crianças que já andam devem praticar atividades como ficar de pé, rolar, brincar e caminhar por ao menos três horas diárias.

3 a 5 anos

Devem fazer ao menos 3 horas de atividade de qualquer intensidade, como bicicleta, atividades na água, jogos de perseguir ou exercícios com bola.

Esportes como natação, danças, lutas e jogos coletivos também podem ser incluídos aos poucos na rotina.

6 a 19 anos

Praticar ao menos 1 hora por dia de atividade de intensidade moderada a vigorosa, como pedalar, nadar, correr e saltar.

Fazer 3 vezes por semana atividades de intensidade vigorosa, como as que fortalecem músculos e ossos.

Exercícios de flexibilidade envolvendo os principais movimentos articulares devem ser feitos ao menos 3 vezes por semana.

Fonte: Estadão

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