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Academia Americana de Pediatria atualiza cuidados com piercings e tatuagens

Ficar atento ao risco de infecções, evitar piercings com níquel e atualizar vacinas para tétano e hepatite B. Nesta segunda-feira (18), a Academia Americana de Pediatria publicou estudo em que atualiza mais detalhadamente os cuidados necessários para antes e depois de piercings e tatuagens. O artigo mostra que as modificações corporais são comuns, mas nem todos conhecem os cuidados necessários e complicações associadas. Segundo estudo de 2010, 38% dos jovens entre 18 e 29 anos de idade tinham pelo menos 1 tatuagem e 23% apresentavam piercings em outras partes do corpo – fora a orelha. Um outro estudo com universitários nos Estados Unidos, porém, apontou que poucos conheciam as complicações. A pesquisa traz outros dados importantes. O levantamento aponta que, embora estudos anteriores tenham associado comportamentos de risco a tatuagens, essa relação é menos consistente hoje.

Também a percepção pública de que tatuagens podem estar relacionadas a comportamentos “errados” está mudando. Enquanto em 2008, 29% acreditavam que pessoas com tatuagem estavam mais propensas a fazer algo ‘errado’; esse número caiu para 24% em 2012.

Como esperado, dizem os especialistas, a percepção negativa sobre a tatuagem é maior entre pessoas mais velhas: enquanto 64% daqueles com 65 anos ou mais acreditavam que tatuagens eram uma mudança para pior; entre os menores de 50 anos, 56% acredita que a tatuagem não fez muita diferença.

O estudo aponta também que, dentre aqueles com uma tatuagem, a maioria (86%) nunca se arrependeu de ter feito uma, e 30% disseram que a tatuagem os torna mais sexy. Outros sentimentos atribuídos a uma tatuagem incluíram: sentir-se rebelde (25%), atraente ou forte (21%), espiritual (16%), mais saudável (9%), mais inteligente (8%) e mais em forma (5%).

Diferença entre automutilação e modificação corporal

É importante distinguir a modificação normal do corpo da modificação que é mais dramática ou intensa, informa o documento. Uma modificação mais intensa pode ser indicativo de automutilações associadas a distúrbios como transtornos de ansiedade, dizem os especialistas. “O indivíduo que se envolve em autolesões espera obter alívio de uma emoção negativa ou pode estar querendo lidar com um problema pessoal”, diz o documento.

As diretrizes apontam que, embora ambos não estejam diretamente relacionados; em algumas pessoas, pode haver uma relação -- principalmente no que tange à intensidade com a qual a modificação corporal é feita ou as intenções (se ela estiver relacionada a uma vontade de obter alívio de algum sofrimento de forma consistente, diz o texto).

Complicações associadas a tatuagens:

Infecções: Em espaços sem a assepsia adequada, a tatuagem está associada à hepatite B e à C – infecções por HIV já foram relatas em espaços clandestinos, em que a troca de agulha não foi efetuada, diz a APA.

Reações alérgicas: embora reações alérgicas sejam mais raras, alguns pigmentos utilizados na tinta podem ser particularmente problemáticos porque são difíceis e custos de remover. Ocasionalmente, as pessoas podem desenvolver uma reação alérgica às tatuagens que tiveram durante anos.

Formação queloide: aqueles propensos a formação de queloides - crescimento excessivo de tecido fibroso ou cicatrizes - estão em maior risco de formação de queloide por uma tatuagem. Eles são mais frequentes na remoção da tatuagem.

Quando chamar um médico: vermelhidão excessiva, a sensibilidade ao redor do local da tatuagem, o sangramento prolongado ou a alteração da cor da pele ao redor da área tatuada são sinais de infecção e um médico deve ser procurado.

Dicas de segurança com a tatuagem:

Antes de se tatuar: certifique-se de atualizar vacinas -- especialmente hepatite B e tétano.

Limpeza: Um salão de tatuagem deve ser tão limpo quanto o consultório de um dentista, diz o documento. A área de trabalho deve estar limpa e ter boa iluminação. O equipamento deve ser esterilizado.

Esterilização: O tatuador deve lavar e secar as mãos e usar um novo par de luvas descartáveis. Novas agulhas devem ser usadas. Eles devem ser agulhas esterilizadas e descartáveis. Faça questão que o profissional abra o pacote da agulha na sua frente.

Complicações de body piercing:

Infecção no local perfurado: Sempre que a barreira protetora da pele é ‘quebrada’, infecções causadas por bactérias cutâneas são um risco. De todos os lugares, o umbigo é o mais provável de se infectar devido à sua forma. Segundo especialistas, infecções muitas vezes podem ser tratadas com boa higiene da pele e medicamentos antibióticos e, na maioria dos casos, não é necessário retirar o piercing.

Infecções no sangue: Como na tatuagem, há o risco de infecção por hepatite B, C ou tétano, caso não haja esterilização do equipamento; por isso, é importante atualizar a vacina.

Trauma dental: Em piercings na língua ou nos lábios, há o risco de traumas à gengiva e aos dentes (que podem quebrar ou terem o seu esmalte danificado). Em casos mais raros, há o risco de trauma no osso da mandíbula.

Cuidados com o piercing:

Alergia: a alergia ao níquel é um risco muito comum e, portanto, joias com o níquel devem ser evitadas. “É importante saber que algumas jóias de ouro contém níquel”, diz o texto.

Joias novas: Os piercings devem ser novos e não terem sido utilizados por mais ninguém.

Tamanho ideal: A joia deve ter o tamanho certo. Caso seja muito grande, especialistas alertam para danos na pele e tecidos. Se for muito pequeno, pode cortar a pele ou quebrar. Especialistas alertam também para os cuidados com traumas de tecidos com o uso prolongado de piercings pesados;

Piercing nos genitais: A joia na área genital pode causar lesões e pode fazer com que o preservativo rasgue, o que aumenta o risco de uma gravidez indesejada e exposições a doenças sexualmente transmissíveis.

Fonte: G1

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