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Novas diretrizes de hipertensão arterial com mudanças na classificação

A nova diretriz “2017 ACC / AHA / AAPA / ABC / ACPM / AGS / APhA / ASH / ASPC / NMA / PCNA Guideline for the Prevention, Detection, Evaluation and Management of High Blood Pressure in Adults" é o documento oficial que inclui novas recomendações sobre prevenção, detecção, avaliação e controle da pressão arterial elevada em adultos. Este ano o documento consta de uma nova definição dos limiares de pressão arterial (PA) sistólica e diastólica para o início do tratamento com medicamentos anti-hipertensivos e um novo alvo agressivo de tratamento da PA.

As diretrizes foram divulgadas nas Sessões Científicas da American Heart Association (AHA) 2017 e publicadas simultaneamente no Journal of the American College of Cardiology e no jornal AHA Hypertension. O objetivo é fornecer uma diretriz abrangente para o diagnóstico, prevenção, avaliação, tratamento e estratégias importantes para melhorar as taxas de controle durante o tratamento da hipertensão arterial, segundo Paul Whelton, médico da Tulane University School of Public Health and Tropical Medicine, em Nova Orleans, e presidente da conferência 2017 Hypertension Practice Guidelines.

O Dr. Paul Whelton apontou cinco áreas principais de ênfase da nova diretriz:

* Uma forte ênfase na medição da pressão sanguínea, tanto a precisão das medidas da pressão sanguínea quanto o uso da média das medidas tomadas ao longo de várias visitas, bem como ressaltar as medidas de pressão sanguínea fora do consultório médico, o que é relativamente novo em uma diretriz sobre pressão sanguínea.
* Um novo sistema de classificação da pressão sanguínea, atualizando a anterior do Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure (JNC7).
* Uma nova abordagem para a tomada de decisões para o tratamento que incorpora o risco cardiovascular subjacente.
* Alvos mais baixos para a pressão arterial durante o manejo da hipertensão arterial.
Estratégias para melhorar o controle da pressão sanguínea durante o tratamento com foco nas abordagens do estilo de vida.
* A definição de pressão arterial normal não mudou em relação ao documento anterior, mas as novas diretrizes eliminaram a classificação da “pré-hipertensão” e dividiram os níveis pressóricos previamente chamados de “pré-hipertensão” para “pressão arterial elevada”, com pressão sistólica entre 120 e 129 e pressão diastólica inferior a 80 mmHg, e “hipertensão arterial estágio 1” para pressão sistólica situada em 130 a 139 mmHg e a diastólica em 80 a 89 mmHg.

O termo "pré-hipertensão" não ressaltava de maneira apropriada o risco dos pacientes que já apresentavam os níveis pressóricos mais altos da antiga classificação, pois nesta etapa alguém já estava em risco substancialmente aumentado - o dobro do risco de um ataque cardíaco em comparação com alguém com níveis pressóricos normais, por isso, a classificação em “hipertensão estágio 1” é um termo mais adequado para esses pacientes.

Classificação da pressão arterial pelo JNC7 e pelo 2017 ACC/AHA Hypertension Guidelines 

Pressão arterial sistólica, diastólica (mmHg) JNC7 2017 ACC/AHA
< 120 e < 80 PA normal PA normal
120–129 e < 80 Pré-hipertensão PA elevada
130–139 ou 80–89 Pré-hipertensão Hipertensão estágio 1
140–159 ou 90–99 Hipertensão estágio 1 Hipertensão estágio 2
? 160 ou ?100 Hipertensão estágio 2 Hipertensão estágio 2

 Em comparação com a orientação JNC7, a diretriz ACC/AHA de 2017 resulta em um aumento substancial da prevalência de hipertensão, mas um pequeno aumento na porcentagem de medicamentos anti-hipertensivos recomendados nos EUA. E as diretrizes do ACC/AHA de 2017 aconselham que uma proporção substancial de adultos dos EUA, que tomam medicação anti-hipertensiva, seja tratada com redução mais intensa da PA.

Prevalência da Hipertensão de acordo com as diretrizes JNC7 e 2017 ACC/AHA 

Conclusões JNC7 2017 ACC/AHA
Prevalência de hipertensão (%) 31.9 45.6
Número com hipertensão (milhões) 72.2 103.3


A razão pela qual a prevalência aumentará substancialmente, mas os pacientes que recebem tratamento só aumentarão moderadamente, é que as recomendações para o tratamento do estágio 1 da hipertensão são orientadas pelo risco cardiovascular subjacente dos pacientes: apenas aqueles com doença cardiovascular clínica ou risco estimado de 10% ou mais de doença cardiovascular aterosclerótica (ASCVD) receberá tratamento e o restante deve ser orientado sobre a modificação necessária no estilo de vida.

As recomendações específicas incluem conselhos para perda de peso, seguimento de uma dieta com padrão DASH, redução do sódio a menos de 1.500 mg/dia e aumento na ingestão de potássio para 3.500 mg/dia através da ingestão dietética. Além de aumento na atividade física a um mínimo de 30 minutos de exercício, três vezes por semana, e limitação da ingestão de álcool para duas doses de bebidas ou menos por dia para homens e uma ou menos para mulheres.

Os pesquisadores também apontaram novos objetivos para o tratamento da hipertensão. A última orientação recomendava alvos de menos de 140/90 mmHg, já a nova orientação recomenda um alvo de 130/80 mmHg.

As diretrizes foram atualizadas para refletir as ameaças reais da pressão arterial elevada e estabelecer um protocolo que possa melhorar a saúde cardiovascular de todos os americanos. Ela é o resultado de três anos de revisão completa, por um painel de 21 especialistas que analisaram mais de 900 fontes, submetidas a várias rodadas de revisão por pares e revisadas pelo grupo de redação de um comitê de coordenação de consultoria científica formado por 41 membros, com base em evidências e monitoramento contínuo de novas pesquisas.

Além da American Heart Association e do American College of Cardiology outras organizações parceiras incluem a Academy of Physician Assistants, a American College of Preventive Medicine, a American Geriatrics Society, a American Pharmacists Association, a American Society of Hypertension, a American Society of Preventive Cardiology, a Association of Black Cardiologists e a National Medical Association, and the Preventive Cardiovascular Nurses Association.


Fonte: news.med.br

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