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‘Dieta da vovó’ pode ser chave para alimentação saudável

Nada de regimes restritivos, sucos estranhos ou suplementos vitamínicos – para ter uma alimentação saudável e escapar dos males causados pelos alimentos industrializados, basta se espelhar na dieta que os nossos avós seguiam. Foi isso que a jornalista Marcia Kedouk descobriu durante suas pesquisas para escrever o livroPrato Sujo – Como a Indústria Manipula os Alimentos para Viciar Você (Editora Abril), lançado no último dia 8. 
Na obra, a autora explica o surgimento da indústria alimentícia no mundo e tenta descobrir como chegamos ao que ela descreve como a \"pandemia da barriga cheia\" – de acordo com o Global Burden of Disease de 2010, um estudo conduzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças relacionadas à obesidade já matam mais do que a desnutrição infantil.
Após cerca de um ano de entrevistas e coleta de dados, Marcia Kedouk chegou à conclusão de que a melhor estratégia para o combate à obesidade pode ser mais simples do que se imagina. \"É uma volta ao passado. Temos de comer mais comidas que nossos avós comiam, e menos alimentos industrializados\", diz. 
Embora o interesse por temas ligados ao bem-estar seja crescente, as pessoas não estão aprendendo a se alimentar melhor. \"Há um mito de que comer de forma saudável custa muito caro e só pode ser feito por meio de alimentos orgânicos ou produtos light\", afirma.
Dieta da vovó
Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Albert Einstein, também defende o que ele chama de \"dieta da vovó\" como chave para uma vida mais saudável. O menu dos antigos não incluía as inúmeras substâncias artificiais e prejudiciais à saúde que fazem parte das comidas industrializadas da atualidade. \"Consumir o máximo possível de alimentos caseiros elimina a necessidade de qualquer tipo de suplementação\", diz Cukier. 
O nutrólogo explica que combinar os alimentos corretamente também é importante. A mistura do clássico arroz com feijão, por exemplo, cria uma poderosa proteína que não existe se a dupla for ingerida separadamente. \"Infelizmente, a dupla está sendo gradativamente substituída por modismos\", afirma.
Confira algumas combinações de alimentos retiradas do livro Prato Sujo – Como a Indústria Manipula os Alimentos para Viciar Você que prometem mais benefícios à saúde do que qualquer dieta da moda.
1. Arroz e feijão
A dupla querida pelos brasileiros não deve ser separada. Juntos, o arroz e o feijão criam uma superproteína formada por dois aminoácidos – a metionina, do arroz, e a lisina, do feijão – que ajudam o organismo a reconstruir tecidos. Separados, porém, o arroz e o feijão não criam a superproteína.  
2. Tomate e azeite
O licopeno presente no tomate possui propriedades antioxidantes, ou seja, capazes de retardar o envelhecimento e prevenir contra doenças generativas como o câncer. A gordura do azeite ajuda o organismo a absorver o nutriente. 
3. Carne e alecrim
Durante o preparo, a carne libera algumas substâncias tóxicas que estão ligadas ao surgimento de câncer. O alecrim, no entanto, neutraliza esse efeito. A ação se deve a dois ácidos presentes no tempero: o carnósico, anti-inflamatório, e o rosmarínico, que captura os radicais livres e bloqueia a oxidação das células.
4. Feijão e rúcula
O ferro rico no feijão não tem fácil absorção pelo organismo. Mas, se combinado com o ácido ascórbico da vitamina C – presente na rúcula –, é aproveitado pelo intestino. 
5. Carne de soja e batata
A proteína da soja, como todas as outras, aumenta a sensação de saciedade. E ela ainda desacelera a digestão da batata, evitando que muita insulina seja liberada de uma vez só no sangue. 
6. Cenoura e laranja
A vitamina C da laranja, que fortalece o sistema imunológico, baixa os níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue quando combinada com o ácido fenólico da cenoura. Além disso, as fibras da cenoura fazem com que o corpo demore mais para absorver os açúcares tanto dela quanto da laranja. Resultado: menos insulina no sangue e maior sensação de saciedade. 
7. Atum e suco de frutas vermelhas
As frutas vermelhas têm uma substância chamada ácido elágico, que aumenta a capacidade do organismo de reter o ômega 3 presente no peixe. O ômega 3 ajuda a baixar o colesterol ruim (LDL) no sangue.
8. Ovo, brócolis e arroz integral
O brócolis possui cálcio, a casca do arroz integral tem magnésio e o ovo é rico em vitamina D. O magnésio e a vitamina D se unem para ajudar o organismo a fixar o cálcio, que fortalecerá os ossos do corpo.
9. Chá verde, limão e castanha-do-pará
O ácido ascórbico do limão ajuda o corpo a reter uma substância presente no chá verde chamada catequina, que acelera o metabolismo e facilita a absorção da vitamina E presente na castanha-do-pará.  
Fonte: Veja
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