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3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos pelas consequências do álcool no mundo, diz OMS

O álcool mata, todos os anos, 3,3 milhões de pessoas em todo o mundo, número que representa 5,9% das mortes. Os dados, da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que o consumo da bebida chegou a 8,9 litros por pessoa no Brasil em 2016, superando a média internacional, que era de 6,4 litros. O psiquiatra e coordenador do Centro de Referência em Drogas (CRR) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Frederico Garcia, explica que o álcool é uma doença do cérebro, e que deixa várias marcas no organismo. “A primeira marca está ligada com liberação de dopamina, substância que dá a sensação de prazer. Ou seja, com o passar do tempo o cérebro passa a associar os bons momentos com a bebida, e a partir daí o sujeito entende que só dá para ter prazer com o consumo da substância”, disse.

Como uma segunda consequência grave, o médico explica que o álcool é convertido no fígado para uma substância chamada aldeído. Essa substância tóxica é a responsável por problemas de saúde provocados pelo álcool, como a cirrose.

Cristiano de Oliveira Nascimento tem 32 anos e começou a beber aos quinze. Ele conta que, quando mais novo, consumia bebidas mais caras, como uísque e vodca. Com o tempo e a dependência da bebida alcoólica, essa realidade mudou. “Hoje, eu não tenho mais trabalho e nem dinheiro para beber coisas caras. Aí, eu acabo tomando a cachaça mesmo. Em qualquer boteco a gente compra uma barrigudinha por dois, três reais. Eu bebo todos os dias, então tem que ser a mais barata mesmo”, disse.

Além de perder o trabalho, ele ainda carrega prejuízos na saúde e no convívio familiar. “Eu caio muito, não tenho mais firmeza nas pernas. Tomo remédio para cuidar da pressão e para conseguir dormir. Mas o pior não é isso. O pior é que eu perdi várias pessoas na minha vida, vários parentes. Eu peço perdão a todos, porque eu ainda quero mudar. Isso que eu passo não é vida pra ninguém não”, lamentou.

Para Frederico Garcia, a grande dificuldade de alertar a sociedade sobre os riscos da bebida alcóolica, é que nem todas as pessoas serão dependentes. Além disso, ele pondera que o consumo do álcool é socialmente aceitável, e que por isso os dependentes têm dificuldades de entender que precisam de ajuda.

“Entre as pessoas que experimentarem uma droga, cerca de 10 a 15% ficarão dependentes, ou seja, não é a maioria. Mas, é preciso tratar a situação como um problema de saúde e que precisa ser solucionado”, pontou. Além da dependência, que gera danos graves para o usuário, o álcool é associado a mais de 130 doenças, e é um fator de risco importante para doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, câncer.

De gole em gole
Veja abaixo os efeitos do álcool em crianças e adolescentes, mulheres e idosos:

Crianças e Adolescentes

- Consumo antes dos 16 anos aumenta significativamente o risco de beber em excesso na idade adulta;
- Sequelas neuroquímicas, emocionais, déficit de memória, perda de rendimento escolar, retardo no aprendizado e no desenvolvimento de habilidades, entre outros problemas;
- Maior exposição a situações de violência sexual;
- O alcoolismo entre 12 e 19 anos também eleva a chance de envolvimento acidentes de trânsito, homicídios, suicídios e incidentes com armas de fogo.

Mulheres

- Mais vulneráveis aos efeitos do álcool devido a diferenças na composição biológica entre os gêneros;
- Maior chance de ter problemas relacionados ao álcool com níveis de consumo mais baixos e/ou em idade mais precoce do que os homens;
- Aumento do câncer de mama e de ovário

Idosos

- Apresentam quadros de depressão, irritabilidade, confusão mental;
- Sofrem deficiências nutricionais associadas ao uso crônico de álcool, que pode levar a quadros neurológicos e demenciais;
- Maior risco de problemas cardiovasculares
-- A ingestão de álcool em idosos pode provocar efeitos mais acentuados se comparado aos jovens de mesmo sexo e peso.

Fonte: Centro de Informações sobre Saúde e Álcool


Fonte: G1

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