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Filhos de mulheres com estilo de vida saudável têm risco 75% menor de serem obesos

Filhos de mães que mantêm um estilo de vida saudável têm um risco significativamente menor de serem obesos do que crianças de mães que não tomam atitudes saudáveis, aponta estudo publicado nesta quarta-feira no periódico científico “The BMJ”. De acordo com a pesquisa, o risco de obesidade era menor nas crianças cujas mães tinham um peso saudável, exercitavam-se regularmente, não fumavam, tinham uma dieta também saudável e consumiam álcool moderadamente. Segundo os cientistas, os achados sugerem que se tanto as mães quanto os filhos seguirem um estilo de vida saudável seria possível uma redução ainda maior do risco de obesidade infantil.

Uma em cada cinco crianças e adolescentes dos EUA com 6 a 19 anos são obesas. A obesidade infantil está associada ao um maior risco de diversas desordens, entre elas diabetes e doenças cardiovasculares, bem como morte prematura na idade adulta. Assim, identificar fatores de risco para prevenir a obesidade infantil se tornou uma prioridade de saúde pública no país. E embora o papel da genética na obesidade seja amplamente reconhecido, o rápido aumento nos índices de obesidade nos últimos anos sugerem que isso se deu mais provavelmente por questões de estilo de vida.

Estudos anteriores já haviam demonstrado que as escolhas de estilo de vida das crianças são fortemente influenciadas pelas de suas mães. Mas até agora não se sabia se estes padrões de estilo de vida das mães de alguma forma influenciavam o desenvolvimento da obesidade na infância e juventude de seus filhos. Diante disso, uma equipe internacional de pesquisadores baseados nos EUA e Canadá saíram para investigar se fatores de estilo de vida de mães e filhos afetavam o risco de a criança ser obesa.

Para tanto, os cientistas analisaram os históricos médicos e dados sobre o estilo de vida de 24.289 crianças com 9 a 14 anos nascidas de 16.945 mulheres em dois grandes dos chamados estudos de coorte dos EUA, o Estudo da Saúde de Enfermeiras II (NHSII, na sigla em inglês) e o Estudo Crescendo Hoje (GUTS, também na sigla em inglês). Nestes estudos, os participantes responderam detalhados questionários sobre seus históricos médicos e escolhas de vida, incluindo índice de massa corporal (IMC), níveis de atividade física e dieta. As mães também responderam sobre seu consumo de álcool e tabaco.

Com base nessas informações, os pesquisadores então calcularam o risco de obesidade de cada criança com base no IMC. Obtido dividindo o peso em quilos pelo quadrado da altura em metros, um índice entre 18,5 e 24,9 indica um peso ideal. Já resultados abaixo de 18,5 entram na seara dos pesos abaixo do ideal, de 25 a 29,9, sobrepeso, e de 30 a 39,9, obesidade.

Depois de levarem conta fatores influenciadores como idade, etnia, histórico de doenças crônicas, renda familiar e educação, os cientistas observaram que o risco de obesidade era 56% menor em crianças filhas de mulheres com peso dentro da faixa do ideal do que de mulheres nas outras categorias do IMC. Já comparados com os filhos de mulheres que fumavam, as crianças de mães não fumantes tinham um risco 31% menor de serem obesas.

Já os filhos de mulheres que se exercitavam pelos recomendados 150 minutos ou mais por semanas, e que também eram bebedoras moderadas - tomando no máximo uma a duas pequenas taças de vinho ou meio litro de cerveja de nível alcoólico médio por dia – também tinham um risco menor de serem obesos do que as crianças de mães que não se exercitavam ou consumiam álcool.

Por fim, os filhos de mulheres que tinham ou seguiam todos os cinco fatores influenciadores de estilo de vida saudável — dieta de alta qualidade, peso ideal, prática regular de exercícios, consumo moderado de álcool e não fumantes — tinham um risco 75% menor de serem obesos comprados com os filhos de mulheres que não atendiam a nenhum destes fatores.

Segundo os pesquisadores, embora o estudo seja observacional, não permitindo assim chegar a conclusões de causa e efeito na relação entre estilos de vida saudáveis das mulheres e obesidade de seus filhos, ele mostra que “um estilo de vida saudável das mães durante a infância e adolescência de seus filhos está associado com um risco substancialmente menor de obesidade das crianças”. Diante disso, os cientistas destacam ainda que os potenciais benefícios da implantação de intervenções para conter a obesidade infantil com base nas mães, e nos pais, das crianças, embora “pesquisas que examinem o papel dos pais no desenvolvimento de obesidade de seus filhos ainda são necessárias”.


Fonte: Saúde

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