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Crianças que limpam as mãos com álcool em gel ficam menos doentes, diz estudo

A creche é uma ajuda e tanto para os pais que precisam voltar ao trabalho. No entanto, basta começar a frequentar a escola para aumentar as idas ao consultório do pediatra. Os pequenos ficam doentes com muito mais frequência, porque convivem com um número maior de crianças. Por isso, é comum que, com frequência, alguma delas esteja resfriadoa e a proximidade, somada à imunidade, que ainda não está completamente formada, é a oportunidade perfeita para os vírus se espalharem

A boa notícia é que um estudo espanhol descobriu que é possível reduzir as faltas na creche e quantidade de antibióticos com um hábito bem simples: limpar as mãos com álcool em gel. A pesquisa, publicada na conceituada revista Pediatrics, chegou à conclusão de que limpar as mãos dos pequenos com esse tipo de desinfetante, em vez de simplesmente usar água e sabão, é muito mais eficiente.


Como eles chagaram a essa conclusão?

Os pesquisadores dividiram 911 crianças de até 3 anos, que frequentavam 24 creches de Almería, na Espanha, em três grupos. O primeiro usou desinfetante para higienizar as mãos e o segundo, água e sabão. Ambos receberam orientações para lavar as mãos antes e depois das refeições, quando chegarem em casa, após tossir, espirrar ou assoar o nariz. Já o terceiro grupo seguiu suas rotinas habituais de lavagem das mãos. Todos os três grupos participaram de oficinas de higiene das mãos antes do início do estudo, mas os dois primeiros grupos participaram de sessões de acompanhamento sobre infecções respiratórias e febres.

Quais foram os resultados?

Em oito meses, os 911 estudantes tiveram mais de 5 mil infecções respiratórias que levaram a mais de 5 mil dias perdidos na creche. No entanto, o grupo que usou desinfetante para as mãos perdeu 3,25% dos dias de creche, seguido pelo grupo de sabão e água, que perdeu 3,9% dos dias. As crianças que seguiram sua rotina habitual de lavagem de mãos perderam 4,2% dos dias.

Os autores também descobriram que o grupo de água e sabão teve um risco 21% maior de contrair uma infecção respiratória e um risco 31% maior de receber antibióticos prescritos, se comparado àqueles que usaram álcool em gel. No total, houve uma redução de 23% nas infecções respiratórias entre os estudantes que usaram desinfetante para as mãos.

"Eu acho que isso se baseia na literatura anterior para apoiar a noção de que você pode reduzir a disseminação de infecções do trato respiratório em crianças realmente jovens se você usar álcool desinfetante para as mãos", disse Don Goldmann, diretor médico e científico emérito do Institute of Healthcare Improvement.

Como lavar as mãos corretamente?

Janet Haas, diretora de epidemiologia do Hospital Lenox Hill, em Nova York e presidente da Associação de Profissionais em Controle de Infecção e Epidemiologia, disse — em entrevista a CNN — que o foco agora não é "apenas lavar as mãos, mas como você lava as mãos".

Os especialistas alertam que o desinfetante não é tão eficaz quando as mãos estão visivelmente sujas ou oleosas. Por isso, os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) sugerem esfregar as mãos com água corrente e sabão por pelo menos 20 segundos. Para ficar mais fácil, cante a canção "Parabéns para você" do começo ao fim duas vezes.

É importante também ensaboar as costas das mãos, entre os dedos e sob as unhas. Uma pessoa deve lavar as mãos antes de comer e depois de assoar o nariz, tossir ou espirrar. Sobre o álcool em gel, o CDC sugere aplicar o produto em uma mão e esfregá-lo nas superfícies das mãos e dos dedos até que estejam secos.

"Existe um lugar para os higienizadores de mãos com álcool, e o público pode não estar ciente de quão eficazes eles podem ser. Eu acho que as pessoas ainda pensam neles como 'se você não pode chegar a uma pia, esta é a segunda melhor opção', mas o estudo mostrou que é melhor do que a lavagem de sabão e água", disse Haas.

No entanto, independentemente dos benefícios, tanto Haas quanto Goldmann alertam sobre a segurança em relação ao uso desses desinfetantes. "Eles têm de ser usados ??com supervisão", assegurou Haas, "porque a advertência aqui é que você não pode ter crianças colocando isso na boca e possivelmente se intoxicando com álcool", concluiu.


Fonte: Revista Crescer

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