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Pesquisa mostra que 79% da população desconhece doença que leva à cegueira

Uma das quatro causas de cegueira, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) ainda é desconhecida pela maioria da população. Uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, feita com 4.030 pessoas e divulgada nesta terça-feira, mostra que 79% nunca ouviram falar na doença. No Rio de Janeiro, este índice chega a 89 % e 27% só vão ao oftalmologista se tiverem algum problema. Em São Paulo e em Brasília, o nível do desconhecimento chega a 85% e 40% só vão a uma consulta com especialista a cada dois anos. Já em Brasília, o levantamento mostra ainda que dos 71% que afirmam ter algum problema de visão, 55% não sabem especificar qual seria. Entre os que sabem qual é o seu problema de visão, a catarata foi a mais citada (16%). A DMRI pontou com 3%.

A DMRI hoje afeta 1,4 milhão de pessoas, segundo o oftalmologista Marcos Pereira Ávila, professor da Universidade Federal de Goiás. A fase mais grave, caracterizada por um crescimento anormal de vasos sanguíneos, atinge 140 mil pacientes. A doença é relacionada ao envelhecimento e reduz gradualmente a visão central, que é aquela que confere nitidez e fixação das imagens.

Nas etapas precoces, a doença pode não causar sintomas que despertem atenção. Alguns sinais são a dificuldade na distinção de cores, pontos turvos e escuros na visão. Em muitos casos, a pessoa perde a visão num olho e o \"olho saudável\" acaba compensando a deficiência.

O tabagismo favorece a manifestação da doença, lembra o professor da USP Walter Takahashi, também presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Mas isso não é tão conhecido. O resultado da pesquisa mostra que 54% não relacionam fumo à perda da visão. Sobre outros fatores de risco, 26% não sabiam citar nenhum, 13% responderam diabetes e 10% pressão alta.

Os tratamentos disponíveis são injetáveis, diretamente no globo ocular. A Anvisa aprovou um novo tratamento, um remédio biológico (aflibercepte), com doses aplicadas a cada dois meses, para as formas mais graves. O levantamento revelou que 15% acreditam que o tratamento é feito à base de colírios e antibióticos.

- O tratamento tem que ser instituído logo que a doença se manifesta no primeiro olho. E os resultados serão melhores - alerta Marcos Pereira Ávila.

- Com o novo tratamento, estamos colocando remédio no alvo da doença e com menos risco de causar efeito colateral. A vantagem também é aplicar a dose a cada dois meses, e não mensalmente - explica Márcio Bittar Nehemy, chefe do serviço de retina e vítreo da Universidade Federal de Minas Gerais. A pesquisa teve apoio da farmacêutica Bayer.

Fonte: O Globo

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