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Georgios Papanikolaou: exame ‘dele’ salva vidas das mulheres há décadas

Você já parou para se perguntar o porquê do nome do exame de papanicolau, que toda mulher com vida sexual ativa a partir dos 25 anos deve fazer? Não tem nada a ver com um possível Papa chamado Nicolau, mas sim com Geórgios Papanikolaou, um médico grego, nascido na ilha de Eubeia, que é o criador do tal exame.

Quem já fez sabe bem: não é a coisa mais agradável do mundo (embora haja quem não sente nem desconforto), mas é bastante importante para a prevenção precoce do câncer de colo de útero, doença que, só em 2016, foi diagnosticada em mais de 16 mil mulheres no Brasil. Quanto mais cedo a doença é diagnosticada, maiores as chances de cura. E, por isso, o exame criado por Geórgios Papanikolaou é tão importante.

Papanikolaou nasceu em 1883, filho de uma família influente na cidade de Kymi, na ilha de Eubeia. Seguiu os passos do pai, que era clínico geral, e foi estudar medicina na Universidade de Atenas. Embora tenha iniciado a carreira clinicando, como o pai, seu interesse maior era na área de pesquisa médica. Fez pós-graduação e doutorado na Alemanha, e, em 1913, mudou-se para os Estados Unidos em busca de mais oportunidades na carreira de pesquisa.

Foi em Nova York, na Universidade de Cornell, que Papanikolaou desenvolveu o exame que o consagrou. Ele estudava células sexuais de porquinhos-da-índia, mas não concordava com o método usado, que exigia que os animais fossem mortos para que alguns óvulos fossem coletados. Por isso ele desenvolveu uma forma de coletar os óvulos observando o ciclo menstrual dos animais. Com um pequeno espéculo – um instrumento que dilata o canal vaginal – ele conseguia ter acesso ao colo do útero, e coletar o material a ser estudado, sem sacrificar as porquinhas-da-índia.

Com o tempo, ele passou a usar o mesmo método nas mulheres, para coletar células do colo do útero para análise. Nas análises no microscópio, ele percebeu que mulheres que tinham câncer de colo de útero tinham células malignas coletadas nesse exame. Até então, os exames usados para detectar esse tipo de câncer eram mais agressivos: um pedaço da pele do colo do útero era cortado e enviado para biópsia. O exame de Papanikolaou era muito menos invasivo, menos dolorido e bem eficaz.

O médico grego conseguiu demonstrar que o exame desenvolvido por ele conseguia diagnosticar a doença em estágios realmente iniciais, antes de qualquer sintoma, coisa que a biópsia não conseguia.

Papanicolau no Brasil

Rapidamente o exame de papanicolau passou a ser adotado em diversos países – e, com isso, o número de mortes causadas por câncer de colo de útero despencou. No Brasil, as Diretrizes Brasileiras Para o Rastreamento do Câncer de Colo de Útero, do Ministério da Saúde, indicam que o exame seja feito em mulheres que têm ou já tenham tido atividade sexual, a partir dos 25 anos.

Mas, diferente do que muita gente acha, não é preciso fazer o papanicolau todos os anos. As duas primeira avaliações, sim, devem ser feitas com intervalo de um ano, mas, depois, caso os resultados das duas primeiras tenham sido negativos, os exames passam a serem feitos de três em três anos.

Como é feito o exame de papanicolau?

O exame é simples, rápido e não tem contraindicações. Em um laboratório de exames clínicos ou no consultório médico, durante o exame ginecológico, o médico irá usar um espéculo para dilatar o canal vaginal e, com uma espátula, coletar algumas células do colo do útero. É uma raspagem – não há picadas de agulha ou cortes.

Essas células são enviadas para análise laboratorial e o resultado sai em poucos dias. É importante perguntar para o médico quando você terá acesso ao resultado do exame – dependendo do que for encontrado na análise, o médico poderá recomendar tratamentos ou pedir mais exames.

Homenagem do Google

Nesta segunda-feira (13), Geórgios Papanikolaou completaria 136 anos de idade, se estivesse vivo. Para homenagear esse médico que revolucionou o diagnóstico do câncer de colo de útero, o Google preparou um Doodle bem bonitinho, em destaque na página principal do site.

Fonte: MdeMulher

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