post image

Feedback: aliado eficaz

Mais do que crítica ou retorno sobre o desempenho de pessoas no ambiente empresarial, a gestão de feedback contribui para a produtividade da empresa, a qualidade de vida dos funcionários e o bom relacionamento interpessoal, além de facilitar o trabalho em equipe. O sucesso do gerenciamento desse retorno está ligado ao critério organizacional que nortei os objetivos da companhia, à competência de líderes e à maturidade e capacidade absorção das \"críticas\" pelos funcionários.
Para Aloísio Bueno Buoro, professor de estratégia e carreira do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), avaliar o desempenho profissional de uma pessoa é uma das funções mais complexas no mundo corporativo. \"Uma avaliação justa envolve percepção, maturidade e desenvolvimento profissional do gestor. E isso requer treinamento e muita prática.\"
É comum, segundo Buoro, o funcionário atingir a meta, mas receber de seu líder sugestões de caminhos mais ágeis e eficazes e que causem mais impacto nos resultados. Orientações como essas são absorvidas apenas por profissionais que conseguem transformar críticas construtivas em matéria-prima para seu próprio aprendizado e desenvolvimento.
Maria Edna de Souza Lima, consultora em Relacionamentos com Clientes Internos e Externos da Univoz, consultoria e treinamento, diz que o desafio é principalmente cultural. \"Não somos preparados para sermos assertivos ao darmos feedback e querermos ampliar o autoconhecimento ao recebê-lo\", diz.
De acordo com Lima, o medo também é fator que depõe contra. Mas a principal dificuldade é a falta de preparação dos profissionais para dar e receber retornos sobre suas atividades. 
Os envolvidos devem ter abertura para ouvir, assertividade para falar, saber que o feedback é uma percepção e não uma verdade absoluta e saber lidar com as escolhas tanto do funcionário como da empresa e suas consequências.
O desafio, na opinião de Ana Elisa Moreira Ferreira, consultora e palestrante em comunicação profissional, não é apenas aculturar os colaboradores para receberem bem o feedback, refletirem sobre as orientações recebidas e assumi-las na mudança comportamental ou técnica.
A grande dificuldade está em preparar aqueles que conduzirão esse processo. \"O feedback nas empresas é um momento de calibração, oferece uma oportunidade de melhoria\", explica
Para Ferreira, se bem implantado, o feedback pode ser avaliado positivamente, além de despertar no colaborador um sentimento de \"pertencimento\". O profissional percebe que a empresa se interessa por seu desempenho e lhe oferece a oportunidade de aprender mais sobre o que é de valor para ela.
A especialista, no entanto, alerta que há muitos casos em que o precesso de feedback, por ter sido sempre um momento de apontar erros, foi rejeitado e desvalorizado pelas equipes. Ela acredita que a gestão dessa ferramenta tem de fazer parte do processo de qualidade da empresa quando se pretende atingir a excelência. Esse retorno deve ter uma metodologia baseada no desenvolvimento de adultos e atender a uma frequência e constância.
Normalmente o feedback faz parte das etapas de avaliação de desempenho de colaboradores e pode estar atrelado à política de incentivos, reconhecimento e plano de carreira, \"Mas é preciso ter em mente que todo momento de orientação é feedback e não precisa derivar em aumento de salários ou benefícios. Não pode e não deve ser punitivo, para não gerar rejeição interna\", diz Ferreira.
Oito dicas para um bom feedback
1. Reflita sobre o momento adequado, a maneira e a forma de como fazer ou receber críticas.
2. Use crítica positiva; quando quiser corrigir e melhorar comportamento ou desempenho insatisfatório, use a negativa. 
3. Inicie o feedback de forma amena, evitando falar de imediato sobre os pontos negativos da pessoa. 
4. Escolha um local em que não haja o risco de ser ouvido e interrompido.
5. Observe como o ouvinte reage às suas colocações: a expressão facial do colaborador irá orientá-lo se o feedback está 
sendo construtivo ou complicando uma situação.
6. Seja objetivo nas explicações, evitando que dúvidas e expectativas não reais se formem na cabeça do colaborador.
7. Prepare-se com antecedência, listando os itens que pretende abordar na conversa.
8. Evite comunicação unilateral: escute o interlocutor e mostre que sempre estará aberto para trocar ideias.
Fontes do quadro: Ricardo M. Barbosa, diretor executivo da Innovia Training & Consulting.
Fonte: Revista Abramge
Compartilhar

Permito o uso de cookies para: