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Afinal, o que é colesterol?

Na medida certa, o colesterol faz bem. Já o excesso pode trazer problemas. Basta um exame de sangue para conferir se suas taxas oferecem perigo. Entenda o que é colesterol:

Não se deixe impressionar pela má fama que o colesterol adquiriu. Todas as células do nosso corpo precisam dele. Uma de suas funções é regular a fluidez das membranas celulares, o que facilita a entrada e a saída de substâncias. No tecido nervoso, por exemplo, isso interfere na troca de informações entre os neurônios. 

O colesterol também é matéria-prima para a produção de hormônios, dos sexuais (testosterona e progesterona) ao cortisol, liberado pelas suprarrenais em situações de estresse. Participa da síntese de vitamina D, que auxilia o cálcio a se fixar no esqueleto, além dos ácidos biliares, utilizados na digestão das gorduras. Porém, a grande prova de seu valor é que o organismo fornece a maior parcela dele: 70% do colesterol são produzidos pelo fígado. O restante vem da alimentação, exclusivamente de produtos de origem animal.

Logo, colesterol não é sinônimo de doença. Mas podem surgir problemas quando a quantidade em circulação ultrapassa o necessário. O excedente tende a se depositar nas paredes dos vasos, dando origem — agora sim!— a uma doença que recebe o nome de aterosclerose.

De evolução lenta e silenciosa, ela se caracteriza pela presença de placas de gordura que endurecem o vaso e estreitam a passagem do sangue no seu interior. O resultado vai depender do local obstruído pela placa. Se for na artéria coronariana, há risco de infarto agudo do miocárdio, a morte do tecido cardíaco por falta de irrigação. Sendo na carótida, por onde o sangue chega ao cérebro, pode ocorrer um acidente vascular cerebral.

Insuficiência renal, insuficiência vascular periférica e até disfunção erétil também aparecem na lista de estragos. Fora isso, níveis altos de colesterol podem aumentar o risco de desenvolver a doença de Alzheimer, que acarreta a morte de neurônios, como demonstrou um estudo da Organização Kaiser Permanente, nos EUA.

HDL e LDL, os tipos principais

Uma descoberta que valeu aos cientistas Brown e Goldstein um Prêmio Nobel, em 1985, revelou a existência de partículas encarregadas de transportar o colesterol, já que ele não se dissolve no sangue. As lipoproteínas de baixa densidade (LDL) levam o colesterol do fígado, onde é produzido, e do intestino, onde é absorvido, até os tecidos; enquanto as lipoproteínas de densidade alta (HDL) recolhem o que não foi aproveitado e despejam no fígado para ser processado.

Em função destas tarefas, a fração LDL foi considerada a mais perigosa e ganhou o apelido de “mau colesterol”. No entanto, a culpa não é só dela. “A LDL é uma partícula perfeita, que também carrega proteínas e vitaminas para as células”, explica o cardiologista Andrei Sposito, da Universidade de Brasília.

“Mas por ação de fatores como o fumo e a pressão alta, ela se degrada, gruda na parede dos vasos e fica ali retida como espinho no dedo”. Quanto à fração HDL, estudos mostraram que além de remover o colesterol excedente, ela ainda tem a capacidade de evitar a degradação da LDL. Por isso, o HDL é considerado o “bom colesterol”. Logo, para a saúde, o melhor é manter a fração LDL baixa e a HDL alta.

Fonte: Revista Viva Saúde

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