A substituição de corantes artificiais pelos naturais não é uma solução simples nem barata para as indústrias. \"Os produtos não ficam tão brilhantes ou coloridos nem tão estáveis quanto à versão industrializada\", diz o nutrólogo Edson Credidio, pesquisador da Unicamp.
Mas, quando produzidos corretamente, os corantes naturais têm tingimento similar ao dos sintéticos, diz ele.
Em nota, a Abia (associação das indústrias da alimentação) diz que toda substituição de aditivo alimentar tem impacto direto nas propriedades dos produtos.
\"O desafio da indústria da alimentação é desenvolver tecnologias e processos que aliem as exigências regulatórias e seu compromisso com a saúde da população com a expectativa do consumidor em relação ao produto (cor, odor, textura e sabor)\", diz.
Segundo a associação, é necessário um período de ajustamento técnico, tecnológico e produtivo, que varia muito de acordo com os produtos em questão.
Para o consultor norte-americano Matthew Egol, as empresas alimentícias têm se beneficiado das mídias sociais para descobrir tendências e preferências do consumidor, mas, ao mesmo tempo, são cada vez mais alvo de reclamações que se ampliam no ambiente on-line.
As novas ferramentas digitais, explica ele, ajudam as empresas a avaliar os riscos decorrentes de críticas dos consumidores, a velocidade com a qual elas se espalham e o grau de influência das pessoas que estão \"gritando\".
Embora as empresas relutem em admitir uma conexão direta entre as cruzadas dos consumidores e as mudanças em seus produtos, a ligação parece clara, na avaliação de Egol e de outros analistas norte-americanos.
Casos como a da blogueira Vani Hari e de outros ativistas no campo da alimentação saudável são exemplos sempre citados.
Fonte: Folha de S. Paulo