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Gripe ou dengue: você reconhece as diferenças?

Com a mudança de clima é comum surgirem sintomas como febre, dor de cabeça, dor muscular e cansaço. Esses sinais são ainda mais frequentes entre pessoas que passam muito tempo em ambientes fechados, como escritórios e o transporte público. Aí vem a dúvida: \"Será que o que eu tenho é resfriado, gripe ou dengue?\"

Para diferenciar os principais sinais de cada uma dessas doenças, que muitas vezes podem se confundir, ouvimos médicos especialistas no assunto.
Segundo o clínico geral e infectologista Paulo Olzon, da Escola Paulista de Medicina/Unifesp, o resfriado atinge principalmente as vias aéreas superiores (nariz, faringe e laringe) e raramente dá febre – quando há, é baixa. Já a gripe pode acometer as vias aéreas inferiores (traqueia e pulmões, onde ficam os brônquios, bronquíolos e alvéolos).

A dengue, por sua vez, manifesta sintomas pelo corpo todo, mas não há comprometimento respiratório, como tosse, dor de garganta, coriza e catarro.

Outros sintomas dessas três doenças podem ser mais ou menos severos, dependendo da imunidade da pessoa, da idade e da exposição prévia ao vírus – no caso da dengue, se o paciente já teve contato com o tipo 1, pode apresentar sintomas mais fortes ao pegar algum dos outros três.

Durante os meses mais frios, porém, o número de vítimas da dengue costuma diminuir, pois o mosquito transmissor Aedes aegypti precisa de calor e umidade para se proliferar.

Já o resfriado é causado pelos rinovírus e outros cinco grupos principais, enquanto a gripe é transmitida pelos vírus influenza A, B ou C. A cada vez que um indivíduo é exposto a um tipo de vírus, fica imunizado, mas o problema é que esses micro-organismos sofrem mutações muito rapidamente, o que pode fazer com que uma pessoa tenha gripe ou resfriado centenas de vezes ao longo da vida.

De forma geral, os sintomas comuns ao resfriado, à gripe e à dengue aparecem de forma menos intensa no primeiro, moderada no segundo e severa no terceiro, de acordo com o infectologista Caio Rosenthal, do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

Além disso, segundo o médico, é difícil diferenciar os sintomas da gripe comum e da suína, a A (H1N1). Rosenthal destaca que elas são provocadas por diferentes subtipos de influenza, mas os sinais são muito parecidos e se confundem. Atualmente, a melhor forma de se prevenir contra a gripe é tomar a vacina anual, que protege contra os três tipos de influenza que mais circularam no ano anterior: desta vez, são o A (H1N1), o A (H3N2) e o B.

Veja abaixo a tabela com os sintomas de cada doença:
CaracterísticasResfriadoGripe (comum e H1N1)Dengue
\"Febre
Não chega a 38º C Costuma ser alta, acima de 38º C Alta, de início súbito
\"Dor
Fraca Intensidade média Forte
\"Dor
Fraca Intensidade média Forte. Também causa dor nos ossos e nas articulações, razão pela qual também é conhecida como \"doença quebra-ossos\"
\"Dor
Pode haver Pode haver Não
\"Tosse
Fraca Geralmente forte Não
\"Espirros
Sim Sim Não
\"Mal-estar
Sim Sim Sim, com tontura e moleza
\"Cansaço
Fraco Médio Intenso
\"Secreção
Intensa Intensa Não
\"Muco
Intenso Intenso Não
\"Diarreia
Não Pode haver Pode haver
\"Dor
Apenas quando há conjuntivite associada Apenas quando há conjuntivite associada Sim, e piora com o movimento dos olhos
\"Manchas
Não Não Sim, principalmente no tórax e nos braços. É mais comnum na dengue hemorrágica ou na fase final do tipo clássico
\"Calafrios
Não Sim, associados à febre Sim, associados à febre
\"Perda

 

Comum e associado à perda do paladar e do olfato Comum e associado à perda do paladar e do olfato Comum e associado à perda do paladar
\"Complicações
Geralmente não há, mas pode evoluir para uma sinusite Pneumonia, broncopneumonia, otite, bronquite, sinusite e insuficiência respiratória Ocorrem nos casos mais graves, como o tipo hemorrágico. Pode haver sangramento, insuficiência circulatória e choque, entre outros problemas, sendo capaz de levar à morte
\"Duração
De dois a quatro dias. Em fumantes, pode chegar a uma semana Uma semana De 10 a 12 dias
Fontes: Infectologista Caio Rosenthal, do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas; clínico geral e infectologista Paulo Olzon, da Escola Paulista de Medicina/Unifesp, e Ministério da Saúde


Fonte: G1
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