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Obesidade acarreta prejuízos cognitivos desde a infância

Dois novos estudos associaram a obesidade a prejuízos cognitivos. O primeiro descobriu a relação entre obesidade e a capacidade de resolver problemas e o segundo associou o excesso de peso à menor realização acadêmica em adolescentes, principalmente em meninas.

O trabalho publicado na revista “Cerebral Cortex” mostrou que, ao se deparar com tarefas cognitivas básicas, alunos mais pesados eram mais lentos para responder e mostravam sinais de preguiça. A pesquisa avaliou reações e atividade cerebral de 74 meninos e meninas com idades entre 7 e 9 anos - metade dos quais tinham um alto Índice de Massa Corporal (IMC). A eles foram mostradas fileiras de setas em uma tela e eles tiveram que apertar um botão para identificar a direção da seta do meio, enquanto um segundo teste propôs um problema semelhante com grau de dificuldade maior.

O tempo de reação das crianças obesas foi 8% maior na primeira tarefa e 15% na segunda tarefa. Eles também deram a resposta errada mais frequentemente. Dados de monitores cerebrais sugeriram que isso foi por causa do processamento cognitivo subdesenvolvido no córtex pré-frontal (PFC) - que governa o pensamento racional - e no córtex cingulado anterior (ACC) - que permite que as pessoas aprendam com os erros.

Já o estudo das universidades de Strathclyde, Dundee, Georgia e Bristol mostrou a relação da obesidade com o menor conhecimento acadêmico em meninas adolescentes, e foi publicado na “International Journal of Obesity”.

Os resultados mostraram que meninas de 11 anos com alto IMC tinham menor conhecimento acadêmico aos 11, 13 e 16 anos quando comparadas às de peso saudável. A capacidade em temas centrais de Inglês, Matemática e Ciências para as meninas obesas foi inferior em um montante equivalente a um D em vez de um C, que foi a média da amostra.

- Não há um padrão claro que mostre que meninas na faixa obesa estão realizando pior do que suas contrapartes na faixa de peso saudável durante toda a sua adolescência - disse Josie Booth, da Escola de Psicologia da Universidade de Dundee.

O estudo examinou dados de cerca de seis mil crianças de um grande estudo longitudinal com crianças e seus pais (ALSPAC), incluindo conhecimento acadêmico medido por testes aos 11, 13 e 16 anos, além do peso: 71.4% tinham peso saudável (1.935 homens, 2.325 mulheres), 13.3% em sobrepeso (372 homens, 420 mulheres) e 15.3% obesos (448 homens, 466 mulheres).

Os pesquisadores levaram em conta possíveis fatores de distorção como privação socioeconômica, saúde mental, QI e idade de início do ciclo menstrual, mas não encontraram alteração na relação entre obesidade e realização acadêmica.

Fonte: O Globo

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