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Substâncias cancerígenas do fumo impregnadas em casa são riscos a moradores

Não é preciso fumar um cigarro ou inalar a fumaça dele para sofrer com os malefícios do tabagismo. Um outro tipo de contaminação, chamada fumo de terceira mão (FTM), não vem do ar ou das tragadas. Invisível, a ameaça esconde-se em todos os cantos da casa habitada por fumantes: mobília, cortinas, tapetes e parede. Nenhuma superfície ou espaço fechado onde há exposição crônica ao fumo está livre dos resíduos perigosos. As pessoas que vivem neles muito menos. Evidências apresentadas ontem no Congresso da Sociedade Americana de Química mostram que, além do mau cheiro, as substâncias encontradas no FTM provocam alterações no DNA humano, favorecendo o desenvolvimento de cânceres.

A lista de substâncias nocivas é longa. Há o ácido cianídrico, usado em armas químicas; o butano, presente no fluido de isqueiros; o tuolento, encontrado em solventes de tintas. Isso sem falar no arsênico, no chumbo, no monóxido de carbono e no polônio-210, um cancerígeno altamente radioativo. 

De acordo com o estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, as crianças são as maiores vítimas desses resíduos porque engatinham e tocam em uma grande quantidade de superfícies poluídas. Com isso, acabam ingerindo cerca de 0,25g de poeira (muitas vezes contaminada) por dia, o dobro de um adulto.

“As que estão no período pré-escolar são especialmente afetadas por vários fatores. Passam mais tempo presentes no ambiente domiciliar, têm frequência respiratória elevada e põem a mão na boca após tocar superfícies contaminadas, como sofás, tapetes, lençóis e brinquedos espalhados pelo chão”, explica o pneumologista Alberto Araujo, membro da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

Fonte: Correio Braziliense

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