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Treino para maratona fortalece o coração, aponta pesquisa

Correr os 42 quilômetros de uma maratona não é tarefa fácil. Exige muito treinamento, além de força de vontade. Uma nova pesquisa americana pode dar uma mãozinha extra na motivação para seguir adiante. Os cientistas afirmam que além de melhorar o condicionamento físico, treinar para a corrida de longa distância pode ajudar a proteger o coração.

O estudo, que será apresentado na 63ª Sessão Científica Anual da Sociedade Americana de Cardiologia, se baseou no acompanhamento da saúde de corredores não profissionais de meia idade que estavam se preparando para a Maratona de Boston de 2013. Depois do treino, os participantes apresentaram redução em alguns índices ligados a doenças cardíacas.


O crescente aumento de participantes de maratona e pesquisas que ligavam esse tipo de corrida com maior risco de parada cardíaca entre homens mais velhos fizeram com que os cientistas se questionassem sobre os efeitos do processo de treinamento para a saúde do coração.


Eles estudaram 45 corredores amadores do sexo masculino, com idade entre 35 e 65 anos. Cerca de metade dos participantes tinha corrido três ou mais maratonas em sua vida, enquanto a outra metade tinha corrido duas ou menos.


Os participantes foram convidados a entrar para um programa de treinamento de 18 semanas, que incluía corridas em grupo, treinamento de resistência, um guia de treinamento detalhado, acesso às instalações cross-training na área de Boston, dicas de nutrição e conselhos sobre motivação e preparação. Eles foram instruídos a correr de 12 a 36 quilômetros por semana, de acordo com cada fase de treinamento.


- Escolhemos os corredores amadores, porque queríamos focar o tipo não profissional, apenas aquele cara comum que decidiu treinar para uma maratona - afirmou Jodi L. Zilinski, principal autor do estudo, do Hospital Geral de Massachusetts. - Eles eram uma população mais saudável do que o esperado, já que muitos faziam exercício regularmente, mas ainda estavam longe dos níveis de corredores de elite.


Redução no colesterol e no IMC

Os participante passaram por uma avaliação médica completa, que incluiu teste ergométrico de esforço cardiopulmonar, estudos de imagem cardíaca e exame de colesterol, antes e depois do programa de treinamento. Pouco mais da metade dos participantes do estudo, 24 de 45, tinha pelo menos um fator de risco cardiovascular, incluindo colesterol alto, pressão alta ou uma história familiar de doença cardíaca.

Na avaliação após o treinamento, realizada antes da participação na maratona, os corredores apresentaram melhoras apontadas como significativas para alguns riscos cardiovasculares. A lipoproteína de baixa densidade, ou LDL, conhecido como colesterol ‘ruim”, diminuiu 5%, em média, já o colesterol total sofreu redução de 4% e as taxas de triglicerídeos caíram 15%. O índice de massa corporal (IMC) teve redução de 1% e os participantes mostraram melhora na aptidão cardiorrespiratória, com aumento de 4% no consumo de oxigênio de pico - utilizado como marcador para mortalidade cardiovascular.

- No geral, os participantes experimentaram a remodelação cardíaca - melhorias no tamanho, forma, estrutura e função do coração - relatou Zilinski. - Mesmo parte de população relativamente saudável, que era acostumada ao exercício, os participantes do estudo ainda tiveram melhorias gerais nos índices-chave da saúde do coração.

O estudo optou por avaliar homens de meia idade pois esta é a população identificada com o maior risco de problemas cardiovasculares durante maratonas. O próximo passo da pesquisa é observar os benefícios do treinamento em corredores novatos.

Apesar de afirmar que o estudo reforçou a ideia de que o exercício regular reduz os riscos de doenças cardíacas, Zilinski advertiu que é recomendável consultar um médico antes de iniciar um programa de treinamento rigoroso.

Fonte: O Globo

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