Assim como a pele, o cabelo e as outras partes do corpo, o ouvido também envelhece. Com o tempo, ele vai perdendo a capacidade de escutar plenamente os sons ao redor.
Os primeiros sinais desse comprometimento aparecem no dia a dia: a pessoa começa a falar mais alto, pede para que repitam mais de uma vez o que foi dito, assiste à televisão em volumes elevados ou não responde quando alguém chama.
Essa é a realidade de 2,3 milhões de brasileiros, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo perdem a capacidade auditiva ao longo da vida e ao menos 430 milhões precisarão de cuidados.
“Geralmente, a redução auditiva acontece depois dos 60 anos. Em algumas pessoas, ela surge mais cedo; em outras, de forma mais acelerada. De qualquer maneira, é um processo que acontece naturalmente com todo mundo, ainda que em graus diferentes”, explica a dra. Michelle Oliveira, médica otorrinolaringologista pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Ainda assim, existem hábitos que aceleram esse declínio. A especialista explica quais são eles e o que fazer para evitar:
DJs, entregadores, cabeleireiros, profissionais do trânsito e da construção civil são alguns dos trabalhadores mais sujeitos à perda auditiva. Isso porque eles estão expostos a barulhos exagerados por um longo período de tempo. Parte deles conta com o apoio de equipamentos de proteção individual; outra parte, não.
“De qualquer forma, o profissional pode, por conta própria, comprar protetores auriculares. Eles são vendidos em casas médicas, lojas de produtos hospitalares e até pela internet. É importante utilizá-los para que se reduza a agressão ao ouvido no dia a dia”, recomenda a dra. Michelle.
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A utilização exagerada de fones de ouvido também é um risco. Ainda que eles sejam grandes aliados no trabalho ou na rotina diária, o ideal é que o som não ultrapasse 70 decibéis.
A especialista explica: o volume do fone tem que ser o mínimo suficiente para escutar o som. Um bom medidor é perguntar para alguém próximo se ele está ouvindo o barulho do fone. Se estiver, é porque o volume está muito além do que deveria.
“Se realmente não tiver jeito de dispensá-los, o ideal é que se utilize pelo menor tempo possível. De preferência, trocando os fones intra-auriculares, isto é, aqueles que são inseridos no ouvido, pelos modelos do tipo concha”, destaca a otorrinolaringologista.
Seguindo a mesma lógica, o uso abusivo do celular para fazer ligações, como no caso de quem trabalha com telemarketing, também pode provocar fadiga no ouvido.
“Existe um músculo dentro do ouvido que protege a audição. Mas ele é um músculo como outro qualquer. Se for submetido a um estresse muito grande, vai acabar se desgastando”, explica a médica.
Para as pessoas que ficam muito tempo em chamadas, é importante fazer pausas para evitar o cansaço e variar o aparelho de um ouvido para o outro.
Fonte: Portal Drauzio Varella