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Obesidade triplica o risco de aborto espontâneo

Com uma taxa de fertilidade mais baixa e um aumento do risco de má formação do feto em comparação com mulheres de peso normal, as obesas enfrentam ainda um risco três vezes maior de aborto espontâneo e doenças do tubo neural no feto, segundo dados do Ministério da Saúde. De hoje a 17 de maio, este é um dos temas do 38º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia realizado no Rio.

Os motivos que levam ao aumento do risco de aborto ainda são desconhecidos, mas estudos já apontavam como o ambiente intrauterino como determinante para a saúde do bebê. Entre os problemas passados para o feto, estão a anencefalia, espinha bífida e meningocele.

— A obesidade é uma condição inflamatória e este pode ser um dos fatores do abortamento, além da deficiência de nutrientes como ácido fólico, comum às mulheres obesas — explica a obstetra Carolina Carvalho Mocarzel, membro da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (SGORJ).

Estudos epidemiológicos revelam que a exposição a um ambiente desfavorável durante a gestação está associada ao aumento significativo do risco de doenças ao longo da vida. A média de peso desses bebês, por exemplo, é maior que o normal, o que pode provocar complicações obstétricas durante o parto, contribuindo para a maior taxa de cesáreas.

Peso ideal e obesidade

Alguns estudos defendem 91 kg como ponto de corte para definir uma grávida obesa. Outros, definem o Índice de Massa Corporal (IMC - peso/ altura²) de 32 como alerta. Durante a gravidez, a Organização Mundial da Saúde orienta que a mulher obesa engorde até 7 kg, enquanto uma mulher de peso normal tem uma faixa mais ampla, de até 15 kg, em média.

No sábado, Carolina, que também é chefe de clínicas do Hospital Servidores do Estado falará sobre o ciclo da obesidade que se perpetua ao longo da vida: mulheres que engravidam obesas geram fetos metabolicamente alterados, que viram bebês acima do peso, adolescentes e adultas obesas, que engravidam e o ciclo se perpetua.

— Fizemos uma revisão em um grupo de obesidade mórbida e as pacientes grau 3 (IMC maior que 40) em geral ganham menos peso durante a gravidez do que as de grau 1 (IMC entre 30 e 34,9) porque já entram na gravidez com muito sobrepeso e este bebê em geral nasce bem, mas tem um risco maior de doenças como diabetes tipo 2 e obesidade ao longo da vida — diz a médica.


Fonte: O Globo

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