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Obesidade está presente em um terço de toda a população mundial

A obesidade já é considerada uma doença crônica, uma epidemia mundial e os ponteiros dessa balança continuam a subir, segundo relatório divulgado na revista científica Lancet. Nas últimas três décadas, o número de pessoas em sobrepeso ou obesas quase triplicou em todo o mundo. Hoje, elas representam um terço de toda a população do globo. Nenhum dos 188 países analisados nesse novo levantamento passou por uma queda significativa na prevalência da obesidade nos últimos 33 anos. O Brasil não é uma exceção nas taxas aterradoras. Famoso pelo culto ao corpo, o país está entre os 10 que abrigam mais de 50% de todos os obesos do planeta.

Em números totais, de 1980 a 2013, obesos e pessoas em sobrepeso pularam de 857 milhões para 2,1 bilhões, respectivamente. O maior ganho em sobrepeso e obesidade ocorreu globalmente entre 1992 e 2002, principalmente entre as pessoas com 20 a 40 anos. Essas taxas variam muito entre os países e regiões, sendo que mais da metade dos 671 milhões de obesos atualmente vive em 10 países (veja infográfico).

Nos países de alta renda, os maiores aumentos na prevalência do problema entre adultos estão nos Estados Unidos, na Austrália e no Reino Unido. No primeiro, cerca de um terço da população adulta é obesa, no segundo, 28% dos homens e 30% das mulheres. Entre os britânicos, a proporção de obesos cai, mas ainda é assustadoramente prevalente em um quarto da população adulta.

De uma forma geral, as taxas de sobrepeso e obesidade de adultos têm aumentado tanto para homens (de 29% para 37%) quanto para as mulheres (de 30% para 38%). A diferença entre os gêneros, porém, chama a atenção nos países desenvolvidos, que abrigam 62% dos obesos e os homens apresentam maiores taxas do problema. Nas nações em desenvolvimento, o fenômeno inverso é observado.

Entre 2008 e 2013, com a crise mundial, a mesa de países como Grécia, Irlanda, Itália, Portugal, Espanha e Eslovênia estiveram entre as mais prejudicadas. Nesses lugares, os gastos com a compra de frutas e vegetais caíram ano a ano. Os grupos mais afetados pela crise reduziram o consumo desses produtos em até 20%. O resultado foi sentido na balança: “Pessoas com menor acesso a educação e status socioeconômico mais baixo tem maior tendência à obesidade”, afirma a OCDE. “ A crise econômica contribuiu para aumentar as taxas de obesidade”.

Nesse mar de estatísticas, as crianças gregas saíram perdendo. Proporcionalmente,  os meninos gregos são os mais obesos do mundo. 44% dos garotos e 38% das meninas entre 5 e 17 anos do país estão acima do peso. As crianças italianas vêm em seguida. Na lista de 41 países, o Brasil vem na 37ª posição: por aqui, 15% dos meninos e meninas são obesos.

Por anos, os hábitos alimentares dessas populações foram indicados por especialistas do mundo inteiro, por manter as pessoas saudáveis e magras. A dieta mediterrânea, como ficou conhecida, perdeu a popularidade na região onde nasceu. De acordo com um estudo de 2008 realizado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, populações em Portugal e Grécia vinham abandonando seus pratos tradicionais em favor de hambúrgueres e outros artigos de fastfood. Sua dieta se tornou mais gorda e doce. As dificuldades econômicas que se seguiram agravaram a situação.


Fonte: Correio Braziliense/Época

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