Parece um problema menor, corriqueiro, mas ele é responsável por três internações por hora nos hospitais públicos. A queda dos idosos é questão de saúde pública, mas pouca gente sabe disso. Além do mais, muitos sofrem quedas em casa, mas guardam para si o problema. "Às vezes, o familiar do idoso fica sabendo da queda, mas o idoso já caiu muitas vezes antes", afirma o geriatra do Instituto Longevità, Carlos André Uehara. Nesses casos, um alerta sobre a queda seria de grande utilidade. Foi o que pensou o CEO da Daruni Healthcare, Edilson Osorio Junior.
"Vendo que não existiam tecnologias para detecção automática de queda e notificação dos familiares, eu resolvi começar o desenvolvimento de um dispositivo", diz. Consultor em tecnologia por quase 20 anos, Edilson é cocriador de um software referência no mercado de casas noturnas. O empresário começou a investir em terceira idade há um ano.
"Comecei a pesquisar tecnologias e gaps de mercado quando surgiram algumas dúvidas: a queda dos idosos é um problema? Será que existem tecnologias relacionadas a isso?", explica.
Segundo estimativas do Ministério da Saúde, um em cada três indivíduos com mais de 65 anos sofre com quedas todos os anos. "Sabe-se que a maior parte acontece com mulheres e que quanto mais idoso, maior o risco de queda. A fratura mais perigosa, a do fêmur, responde por 50% dos casos em idosos com mais de 75 anos", detalha o geriatra. A queda mais comum ocorre em casa e pode ser motivada por vários fatores: desde um problema de visão ou de equilíbrio até quadros de doenças crônicas não controladas como pressão alta e diabetes.
O médico explica que as constantes quedas podem levar o idoso a evitar atividades por medo. "Isso é ruim, pois ele para de fazer as coisas, o que pode levar a atrofia da musculatura e até à depressão", afirma.
A ideia do dispositivo é também a de ajudar as famílias e os idosos a terem mais qualidade de vida, já que a relação entre eles costuma ficar desgastante, por causa dos cuidados excessivos e da necessidade de ter sempre uma pessoa 'vigiando' tudo que o idoso faz.
"Um dispositivo como esse dará mais privacidade e liberdade a ambos, além de notificar automática e imediatamente em caso de acidente, diminuindo o tempo para o primeiro atendimento e aumentando as chances de não haver sequelas", explica.
Nos EUA, pesquisadores estão trabalhando no desenvolvimento de sensores para alertar sobre quedas de idosos.
Abaixo algumas dicas para evitar o problema:
Fonte: Ecco Press