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Dieta mediterrânea é a ideal para uma mente saudável

Os benefícios de uma dieta mediterrânea já vêm chamando a atenção de cientistas, especialmente para o coração. Agora, uma nova pesquisa aponta que esta dieta previne contra o declínio cognitivo em idosos. Os resultados foram publicados esta semana em artigo na versão online da “Journal of Neurology Neurosurgery and Psychiatry”.

A dieta mediterrânea tem o azeite de oliva como a base da culinária; farto consumo de frutas, nozes e castanhas, vegetais e leguminosas; moderação de peixes e frutos do mar; além de baixo consumo de produtos lácteos e de carne vermelha; e, ainda, o hábito moderado de beber vinho tinto.

— Recomendamos esta dieta porque há uma série de trabalhos sérios provando que ela tem uma atuação na prevenção do déficit cognitivo, protelando uma possível doença de Alzheimer — comentou a neurologista Ana Cristina Cabral, médica do Ambulatório de Demência e Distúrbios Cognitivos da Santa Casa da Misericórdia do Rio.

Chefe do laboratório de doenças neurodegenerativas da UFRJ, Sérgio Ferreira lembra que regiões mediterrâneas da Europa, como Espanha, França, Portugal e Itália, têm reduzida incidência de problemas cardíacos. Mas ele pondera que fatores genéticos destas populações também podem ter influência:

— É difícil separar o efeito do meio ambiente, da dieta e da genética. De todo modo, estes estudos são importantes pelo seguinte: o que vem surgindo com força no meio científico é que talvez o estilo de vida seja a melhor forma de prevenção de déficits cognitivos. A ideia principal é substituir a picanha e o torresmo pelo salmão.

Coração protegido, cérebro idem
O estudo da Universidade de Navarra, na Espanha, comparou os resultados do consumo de uma dieta mediterrânea com os de uma dieta apenas de baixo colesterol, comumente recomendada por médicos na prevenção de doenças cardiovasculares.

Segundo o estudo, há evidências de que o risco vascular aumenta também o risco de declínio cognitivo e demência. Como pesquisas anteriores já apontavam para a dieta mediterrânea como protetora do coração, a melhora cognitiva desta dieta também estaria relacionada, em parte, com a diminuição do risco vascular.

Por isso, os autores acompanharam 522 homens e mulheres entre 55 e 80 anos, sem doenças cardiovasculares, mas com alto risco vascular devido a histórico de doenças ou condições físicas, entre elas diabetes tipo 2, alta pressão arterial, sobrepeso, colesterol alto, fumo e histórico familiar.

Os integrantes foram distribuídos aleatoriamente para grupos que seguiram a dieta mediterrânea ou a de baixo colesterol. Durante 6,5 anos, eles passaram por testes para detectar sinais de declínio cognitivo, com avaliação de memória, linguagem, funções executivas, atenção e pensamento abstrato.

Na média, de acordo com os cientistas, os testes foram significativamente melhores para os que seguiram a dieta mediterrânea. Os pesquisadores ressaltam, entretanto, que o estudo ainda é restrito a um pequeno grupo e não pode ser aplicado à população em geral.
Fonte: O Globo
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