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Risco de novas epidemias preocupa autoridades da saúde

Se antecipar à chegada de novas doenças ou até mesmo de patologias já controladas por políticas de vacinação é uma das funções do Ministério da Saúde, juntamente com os órgãos vinculados que respondem pelos estados e municípios. A entidade agora está fazendo um trabalho de conscientização  do risco de epidemias de três doenças, duas delas já conhecidas pelos brasileiros: a cólera e a coqueluche. A terceira enfermidade tem nome e origem distantes, mas é motivo de grande preocupação pela possibilidade da transmissão acontecer através do mosquito da dengue: a febre chikungunya.

Em Teresina, quem faz o alerta é a diretora de Vigilância em Saúde da Fundação Municipal de Saúde - FMS, Amarilis Borba, que está visitando hospitais públicos e privados para orientar os profissionais sobre o perigo que estas doenças representam à população, ao mesmo tempo em que reforça as formas de prevenção e diagnóstico de cada uma delas.

Febre Chykungunya

A febre chikungunya é uma doença viral parecida com a dengue, transmitida por um mosquito comum em algumas regiões da África. Nos últimos anos, inúmeros casos da doença foram registrados em países da Ásia e da Europa. Recentemente, o vírus, também conhecido como CHIKV, foi identificado em ilhas do Caribe e na Guiana Francesa, país latino-americano que faz fronteira com o estado brasileiro do Amapá.

A preocupação do MS se justifica no fato de que o vírus já chegou às Américas. No Brasil, o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, mosquitos transmissores da dengue e da febre amarela, têm todas as condições de espalhar esse novo vírus pelo País. O ciclo de transmissão da Febre Chikungunya é mais rápido do que o da dengue. Em no máximo sete dias, a contar do momento em que foi infectado, o mosquito começa a transmitir o CHIKV para uma população que não possui anticorpos contra ele.

Os sintomas da doença em sua fase aguda são: febre alta repentina, dor de cabeça, mialgia (dor muscular), exantema (erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.

“O objetivo é estar atento para bloquear a transmissão tão logo apareçam os primeiros casos. Precisamos que médicos e enfermeiros saibam disso. Por enquanto, os casos que temos são importados. Mas o perigo existe, pois quando o mosquito Aedes tem o vírus CHIKV, ele fica compulsivo por sangue, o que faz com que pique muitas pessoas”, explica a diretora.

Coléra

A doença que se alastrou por todo o continente americano nos anos 90 e foi intensamente combatida no país voltou a ser motivo de preocupação, devido à imigração de um grande número de haitianos para o Brasil nos últimos anos.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde – OMS, desde outubro de 2010, a cólera se estendeu por todas as áreas do Haiti, de sua vizinha República Dominicana e até além da Ilha de São Domingos, para Cuba e México. Apenas no Haiti, mais de 700 mil pessoas contraíram a doença, com mais de 8.500 óbitos (até março deste ano).

Causada pela bactéria Vibrião colérico (Vibrio cholerae), a cólera provoca diarreias intensas, vômitos e cãibra nas pernas. O óbito pode acontecer pela intensa perda de líquidos que provoca desidratação e choque, se não houver intervenção imediata.

A epidemia de cólera em países subdesenvolvidos está diretamente ligada à falta de infraestrutura, que não garante água potável e saneamento básico. Segundo Amarilis, a principal forma de prevenção é a higiene e o cuidado com a água consumida. A diretora antecipa que já existe um planejamento para combater a doença. “O Ministério da Saúde acredita que os primeiros casos podem surgir já em setembro deste ano, e a FMS já está com um plano de contingência para Teresina”, afirma.

Coqueluche

A Coqueluche é outra doença bacteriana altamente contagiosa, que provoca tosse incontrolável e violenta e pode dificultar a respiração. A doença é grave, podendo causar incapacidade permanente em crianças, e até mesmo a morte. O contágio se dá pelas pequenas gotículas contendo bactérias espalhadas pelo ar quando um indivíduo infectado tosse.

Ao contrário do que se imagina, a coqueluche não afeta somente crianças. Adultos também podem apresentar o problema. E embora o Brasil tenha sido bem sucedido em sua política de vacinação, os índices vem apontando uma queda nesse número.

“A preocupação com a coqueluche é promover uma maior conscientização acerca da vacinação. As estatísticas apontam que cobertura da vacina vem decrescendo”, alerta Amarilis.

 A aplicação da vacina é dada nos primeiros meses da criança. “A vacina tem que ser aplicada aos dois meses de vida, quatro meses e seis meses. Percebemos que muitos pais levam os filhos apenas para a primeira dose ou a segunda, o que não é o suficiente pra imunizar”, destaca.

Fonte: humanasaude.com.br

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