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Ginástica cerebral: um método que funciona

“Identifiquei na ginástica cerebral uma possibilidade de livrar minha filha das fortes medicações para hiperatividade. Atualmente, ela não faz uso de medicamentos e os resultados, acompanhados pelo neurologista, têm sido positivos. Ela tomou remédio até os 9 anos de idade e não conseguia se concentrar, não tinha interesse para fazer nenhuma atividade e se sentia bastante desmotivada. Hoje, ela é mais motivada, tem um melhor desempenho escolar e realiza as atividades com mais concentração, responsabilidade e organização”.

Neide Vasconcelos, mãe de Brenda Vasconcelos, 11 anos, estudante.

Se é verdade que o cérebro é o único órgão que pode melhorar o desempenho com o passar do tempo, quanto mais for utilizado, exigido e treinado, e se é verdade que o esforço pessoal ainda é o melhor remédio pra estimular a atividade cerebral e uma memória, pode-se afirmar que a ginástica cerebral é uma maneira segura e adequada de estimular o cérebro e melhorar a cognição e a memória, evitando problemas como déficit de atenção e doenças degenerativas.

Estão cada vez mais conhecidas histórias de crianças e jovens melhorando o desempenho profissional e aumentando sua resistência frente ao estresse do dia a dia e idosos descobrindo as vantagens de se ter um cérebro mais ativo para maior integração familiar e social.

A neurociência afirma que o cérebro funciona a partir da percepção dos estímulos sonoros, visuais, olfativos, táteis e gustativos, que recebe de nossos vibrantes cinco sentidos. Essas informações, captadas do ambiente e enviadas ao cérebro, são transformadas em descargas elétricas e transmitidas de neurônio para neurônio (as células do cérebro) através dos dendritos e sinapses (ligações cerebrais entre neurônios) para as diversas memórias que compõem nosso cérebro, aguardando o momento de serem utilizadas.

De acordo com Thais de Moura, pedagoga e proprietária de uma franquia de ginástica cerebral em Boa Vista-RO, não basta apenas termos as informações arquivadas nas memórias cerebrais. Ela destaca que a medida da inteligência é dada, principalmente, pela rapidez com que esses dados são resgatados no arquivo cerebral, cruzados com informações de outros arquivos e colocados à disposição da pessoa para as decisões necessárias.

Para que todo esse trabalho de resgate e cruzamento de informações aconteça com eficácia e rapidez, é necessário que o cérebro seja constantemente exercitado para desobstruir os caminhos e aumentar as ligações. Esta é a base da ginástica cerebral, desenvolvida a partir da década de 1970 por uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia, coordenada por um médico indiano radicado nos Estados Unidos chamado Paul Dennison, que uniu a pesquisa científica de laboratório com alguns princípios e filosofias e técnica orientais, como o tai chi chuan, a acupuntura, a ioga e outros, criando uma série de exercícios.

Executados diariamente, esses exercícios têm, entre outros objetivos, “dar a partida” ao cérebro de maneira que aproveitemos eficazmente todo o seu potencial.

Estímulos diferentes para uso total

Como o cérebro é dividido em duas partes, chamadas hemisférios (direito e esquerdo), e como essas duas partes são responsáveis por atividades e controles diferentes no corpo, é necessário ativar e estimular esses hemisférios para que trabalhem simultânea e integralmente, oferecendo a possibilidade de utilização do cérebro de maneira total, em todo o seu potencial.

Thaís explica que uma das principais atividades do método é o treinamento por meio do ábaco. “Neste método, usa-se o ábaco para efetuar os cálculos de adição, subtração, multiplicação e divisão. Nos níveis avançados, os alunos usam as habilidades adquiridas e passam a projetar um ábaco imaginário, trabalhando o lado direito do cérebro. Ao concluir o curso, os estudantes terão desenvolvido habilidades incríveis de cálculo mental”, assegura.

Por meio de passatempos que envolvem desafios matemáticos, soluções inteligentes e pensamentos laterais, são desenvolvidas competências como raciocínio lógico, disciplina, estratégias e grande capacidade de solucionar problemas de maneira rápida e criativa, competências fundamentais para a vida escolar, pessoal e profissional. “São realizadas atividades desafiadoras para o cérebro, fazendo com que os alunos superem seus limites”, disse.

Fonte: Revista + Saúde

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