post image

Adultos jovens sofrem cada vez mais com problemas de tireoide

Você faz regime e não adianta. Não consegue emagrecer. Por mais que bata cartão na academia todo dia e tenha uma alimentação saudável, a balança é impiedosa: os quilos não diminuem. Ou então, o contrário. Tudo o que você queria era engordar um pouquinho, mas não consegue. Por mais que coma só o que consegue é deixar os outros impressionados com a “sorte” que você tem.  Em ambos os casos, a solução para o problema pode estar em uma glândula. A tireoide, localizada no pescoço, participa ativamente do metabolismo corporal. Porém, as pessoas só costumam lembrar-se dela quando deixa de funcionar corretamente. Esse é um problema que tem acometido cada vez mais pessoas e cada vez mais cedo. Estima-se que 60% da população brasileira terá nódulos na tireoide em algum momento da vida, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
 
O endocrinologista do Hospital Villa-Lobos, Vinícius D’Andrea, explica que há dois tipos de distúrbios de tireoide: o hipotireoidismo e o hipertireoidismo. No primeiro há uma baixa no funcionamento da glândula e isso reflete nos sintomas, todo o organismo parece ficar mais lento: há ganho de peso, a pele fica seca, áspera, fria e pálida, o cabelo fica quebradiço e cai muito, a pessoa sofre constantes constipações e palpitações. Pode haver também edemas na pálpebra ou na face, rarefação na sobrancelha e sensação de frio. Já no hipertireoidismo há um super funcionamento da tireoide, o metabolismo funciona intensamente: a pessoa sofre de insônia, emagrece muito, tem taquicardias, aumenta a produção do suor, há tremores, evacuações constantes, alterações no ciclo menstrual e nervosismo.
 
“O hipotireoidismo é mais frequente a partir dos 60 anos, porém, há um número cada vez maior de casos diagnosticados entre os 20 e 40 anos de idade”, observa o médico. Segundo ele, trata-se, na maioria dos casos, do próprio ciclo de evolução da doença e também do envelhecimento celular. “Já no hipertireoidismo o período de maior prevalência da doença é justamente entre os 20 e 40 anos de idade”.

O especialista detalha que as mulheres são as grandes afetadas por distúrbios nessa glândula. “Sabe-se que o hipertireoidismo é de 5 a 10 vezes mais frequente em mulheres e o hipotireoidismo cerca de 5 vezes mais frequente, porém, não se sabe ainda a distinção clara dessa prevalência”, diz.
 
A disfunção da tireoide não tem uma causa única e específica, mas sim fatores de risco que podem aumentar as chances de desenvolvimento da doença. Além das mulheres e dos idosos, há outros grupos suscetíveis ao distúrbio: pessoas com histórico de radioterapia (cabeça e pescoço), Hepatite C, Doenças de Graves, que façam baixa ingestão de iodo ou que tomem medicamentos como Amiodarona ou Lítio podem desenvolver o problema.

Apesar do aumento de casos de distúrbios da tireoide, o médico ressalta que ainda não se estabeleceu uma correlação direta com o estilo de vida das grandes cidades e o aumento de ocorrências. “O principal fator ambiental causador de mau funcionamento da tireoide é a ingestão excessiva de iodo”, afirma.
 
Esse distúrbio pode comprometer não somente o bom funcionamento metabólico, mas também o comportamento dos afetados. “Muitos casos diagnosticados como depressão, na verdade são situações de um hipertireoidismo profundo que ainda não foi diagnosticado e tratado corretamente”, exemplifica. De acordo com D’Andrea, o desânimo e a fraqueza podem ser sinais presentes tanto no hipotireoidismo, quanto em casos de depressão. “Já no hipertireoidismo, sem tratamento adequado, também podem ocorrer quadros de Psicose e Ninfomania”.
 
No que diz respeito ao tratamento, o médico explica que existem novos estudos sobre a importância do diagnóstico precoce, mas que o procedimento mais realizado nos casos de hipotireoidismo é a suplementação com hormônio tireoideano (levotiroxina) e tratamento medicamentoso, radioterapia ou cirurgia de retirada da glândula tireoide, nos casos de hipertireoidismo.


Fonte: Ecco Press Comunicação
Edição: F.C.

Compartilhar

Permito o uso de cookies para: