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Estilo de vida saudável é capaz de reverter o pré-diabetes

Basta estar dentro de um consultório médico de qualquer especialidade para ouvir que hábitos de vida saudáveis previnem esta ou aquela doença. Mas quantos pacientes efetivamente incorporam mudanças de comportamento em prol da saúde? No Dia Mundial do Diabetes, lembrado nesta sexta-feira (14), especialistas reforçam que manter o peso ideal, montar um cardápio alimentar balanceado e praticar atividade física são atitudes simples capazes de barrar o aparecimento do diabetes tipo 2.

Uma pesquisa realizada pela SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) em parceria com o laboratório Abbott no ano passado mostrou que somente 3 entre 10 pessoas já ouviram falar de pré-diabetes — uma condição que alerta para a necessidade de mudar hábitos com o objetivo de impedir o surgimento do diabetes tipo 2, explica o endocrinologista Walter Minicucci, presidente da SBD.

— Pessoas acima dos 40 anos, com excesso de peso, sedentárias, hipertensas e com alterações nas taxas de colesterol e triglicérides, além de histórico familiar de diabetes, devem ficar atentas.

Segundo a pesquisa, 62% dos brasileiros têm pelo menos um desses fatores de risco para desenvolver o diabetes, mas 45% desconhecem que práticas simples são capazes de prevenir o quadro. O endocrinologista João Eduardo Salles, coordenador do departamento de Diabetes do Idoso da SBD, acrescenta que dos 14 milhões de brasileiros com diabetes metade nem sabe que tem o problema.

— Infelizmente, ainda falta muita informação, por isso a importância de fazer campanhas que atinjam todas as faixas etárias e, por meio delas, reforçar que eliminar a barriga abdominal com exercício e alimentação é o primeiro passo para ficar fora das estatísticas.

O médico enfatiza também que “adotar hábitos saudáveis é mais eficaz do que usar medicamento no quadro de pré-diabetes”.

Para saber se você faz parte desse grupo, a dosagem da glicemia de jejum (mínimo de oito horas) deve estar entre 100 mg/dl e 125 mg/dl. Acima deste valor, lembra Salles, já se caracteriza diabetes.

Dados do IDF (Federação Internacional do Diabetes) de 2013 apontam 382 milhões de pessoas com diabetes no mundo — a cada cinco segundos uma pessoa recebe seu diagnóstico. A estimativa da entidade é pessimista: chegar em 2035 com 592 milhões de diabéticos.

Entender a doença é o caminho

Para os especialistas, entender a doença é fundamental para o sucesso do tratamento. No entanto, o endocrinologista Enrique Caballero, do Joslin Diabetes Center, de Boston, nos Estados Unidos, lamenta que 50% dos diabéticos não entendem as informações repassadas pelos médicos, segundo estudos.

— Apenas 7% dos pacientes levam o tratamento de forma correta. Geralmente, quando eles começam a contar o que sentem, são interrompidos pelo médico, depois de 23 segundos. Pois, os profissionais estão lotados com outras pessoas esperando para serem atendidas do lado de fora do consultório, além disso, não há infraestrutura para dar o melhor suporte.

Caballero também ressalta que o diabetes deve ser tratado por profissionais de várias áreas da saúde, como psicólogos e nutricionistas. Para o endocrinologista, cada pessoa tem um perfil de vida diferente e isso deve ser levado em consideração na hora da orientação sobre o tratamento mais adequado.

— É necessário mudar alimentação, fazer exercícios e tomar remédio, sim. Mas nem sempre isso é fácil ou está disponível para todos. Por exemplo: a pessoa chega tarde em casa e tem medo de caminhar porque onde ela mora é perigoso, então tem que encontrar alternativas para praticar exercício. Quando o paciente está descontrolado, o especialista fala: “Faça exercícios, coma melhor e tudo mais”. Mas isso não é suficiente. É necessário criar uma equipe de trabalho.

Fonte: R7

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