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Oito em cada dez brasileiros não seguem uma dieta equilibrada

Uma pesquisa feita em nove países das Américas mostra que a obesidade não para de crescer, inclusive no Brasil. Por aqui, quase a metade dos entrevistados disse que está acima do peso, mas o brasileiro foi o povo mais disposto a fazer mudanças na alimentação. O que falta botar em prática são os exercícios físicos. A maioria dos entrevistados confessou que não faz dieta, nem faz exercícios. Oito em cada dez brasileiros não seguem uma dieta equilibrada. Mas, o pior mesmo, é que muita gente não faz nenhum exercício. O resultado disso a gente percebe cada vez mais nas ruas e nos consultórios médicos.

Com as fotos da vida inteira nas mãos, a aposentada Carmen Giuzio mostra como o corpo dela mudou ao longo dos anos. Ela conta que nunca foi uma bailarina magrinha: “Bailarina das coxas grossas, sempre gordinha”, conta.

Mas com a idade, o peso aumentou. Chegou a 98 quilos. “Uma amiga chegou e me disse que eu estava com quase três dígitos no peso. Estava com 98 quilos nessa época, mas 98 não me atingia muito. Mas quando ela falou três dígitos, eu fiquei desesperada”, lembra a aposentada.

O comentário provocou uma mudança. Carmen começou um tratamento e já perdeu 15 quilos. Mas confessa que, de vez em quando, foge da dieta. “De vez em quando eu dou uma escapulida, escondida do médico. Ele vai saber, estou ferrada”, brinca.

Desde 1980, o número de pessoas com sobrepeso no mundo mais que dobrou. Uma rede que reúne institutos de pesquisas do mundo inteiro fez um estudo sobre a obesidade nas Américas. As entrevistas foram aplicadas em nove países, inclusive no Brasil.

A conclusão foi que, nesta parte do planeta, o problema está crescendo. Na América Latina, são 50%. Na América do Norte, 70% dos moradores pesam mais do que o ideal.

Para o presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade, Mario Kehdi Carra, esse é o resultado de mudanças de hábitos nas últimas três décadas. “Hoje se usa muito mais comida industrializada, você usa muito mais comida acondimentada, muito mais gordura na alimentação do que se usava. E ao mesmo tempo, você tem uma diminuição da atividade física inerente das pessoas”, afirma.

O estudo mostrou também que, nos continentes americanos, 81% da população não seguem qualquer tipo de dieta, embora 75% dos entrevistados tenham dito que mudariam a alimentação.

A pesquisa traz uma boa notícia sobre os brasileiros. Segundo o levantamento, nós somos o povo mais predisposto a fazer mudanças na alimentação: 89% das pessoas entrevistadas aqui disseram que mudariam o que comem para perder peso. É um primeiro passo, importante para combater a obesidade, mas não é o único necessário.

“Para eu mudar a minha forma de me alimentar eu tenho que ter informação, o que, na minha experiência, é o que falta para as pessoas”, diz Mario Kehdi Carra.

Entre os entrevistados da pesquisa, no Brasil, 75% nunca consultaram um médico sobre o assunto, 84% não seguem nenhuma dieta e apenas 37% fazem atividades físicas regulares.

“A obesidade é uma doença crônica. Como doença crônica ela facilita o aparecimento de outras doenças metabólicas e graves. Então aumento das gorduras no sangue, diabetes, hipertensão, essas doenças vão levar às doenças do coração, doenças cerebrais”, explica Mario Kehdi Carra.

Carmen percebeu isso, com os anos. E em nome da saúde, definiu uma meta. “Eu diria hoje, 75 quilos, eu gostaria de atingir. Porque se eu for pesar o tanto que eu pesava de solteira, vai sobrar muito material”, comenta Dona Carmen.

Quase 80% dos entrevistados disseram que levam uma vida saudável. Mas, um terço deles admitiu que não faz qualquer atividade física. Não vão nem a pé até a padaria.

Fonte: Bom Dia Brasil

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