Aos 17 anos, jovem elimina 40 kg e dá dica contra ansiedade: `contar até 10´

Mais de 110 kg, pré-diabetes, risco de hipertensão e taxa elevada de ácido úrico – pode não parecer, mas todos esses problemas atingiam o jovem Heitor Marinho da Silva Araújo, com apenas 15 anos. Acostumado a uma vida de excessos na alimentação, ele desenvolveu um quadro de obesidade durante a adolescência e precisou aprender a lidar com essa realidade. “Todo dia tinha uma piada sobre meu peso na escola. Acho que isso atrapalhou um pouco porque fiquei meio tímido”, lembra.

Dentro de casa, o cardápio era cheio de “besteiras”: doces, frituras, refrigerante e cachorro-quente toda sexta-feira. “Cresci no meio disso. Minha família nunca fez dieta, a gente não conseguia comer pouco”, conta o jovem, de João Pessoa, Paraíba.

Heitor lembra que até fazia academia e se exercitava na escola, mas seu foco era sempre na comida. “Eu pensava em fazer exercício para poder voltar logo para casa e comer”, diz.

O estudante já havia arriscado mudanças para perder peso e algumas até davam certo, mas não por muito tempo. “Quando começavam a me elogiar porque eu tinha emagrecido um pouco, eu achava que já era suficiente, então voltava a comer e engordava o dobro”, conta.

A decisão definitiva de adotar um novo estilo de vida só veio em outubro de 2013, quando ele teve um sangramento no nariz durante o banho. “Uma veia dilatou, não foi nem culpa do peso. Mas fiquei com medo. Fui ao médico e ele disse que eu tinha que perder peso”, lembra.

Depois do susto, Heitor resolveu tomar primeiro duas atitudes: cortar óleo e refrigerante do seu dia a dia. “Passei 2 meses assim, sem acompanhamento. Depois, eu e minha família fomos no endocrinologista e na nutricionista”, diz.

A partir dali, o cardápio da casa mudou e todos entraram na nova rotina de alimentação saudável. “Acabaram as besteiras. Começamos a comer grelhados com salada, arroz integral e muita raiz, batata doce, inhame e mandioca”, lembra.

No entanto, uns aderiram o novo estilo de vida mais do que outros. “Eu tenho um irmão gêmeo que perdeu 20 kg, mas ele ainda sai da dieta às vezes. Minha mãe emagreceu 10 kg e meu outro irmão também perdeu 20 kg”, conta. Para Heitor, porém, não bastava trocar a alimentação – ele mudou também a maneira de fazer exercício físico. “Comecei 3 vezes por semana na academia e ainda voltava a pé da escola. Fui aumentando a intensidade e hoje faço academia 5 vezes por semana e muay thai 3 vezes por semana”, conta.

Com todas as mudanças, ele tornou-se o campeão de perda de peso na família, com mais de 40 kg eliminados. “Hoje estou com 70 kg e não consigo mais comer do jeito que comia antes. Virou um hábito meu. Além disso, não tenho mais nenhum problema de saúde”, comemora. Com o novo corpo, o jovem saiu do manequim 48 para o 40 e trocou as camisetas GG pelas M. “Quase nunca conseguia comprar uma roupa que eu gostasse. Hoje é mais fácil. Fiquei mais vaidoso”, admite.

Para Heitor, o maior problema durante todo esse processo foi a ansiedade por um resultado rápido. “Ninguém perde 10 kg em uma semana. Toda vez que eu ficava ansioso, eu contava até 10, pensava que ia conseguir e mantinha o foco”, lembra.

A técnica de contar até 10, inclusive, é uma das dicas dele para quem também precisa perder peso. “Sem calma, não dá para chegar lá. E quem está com esse problema na minha idade tem que se cuidar logo, principalmente por causa da saúde”, defende.

Outra mudança que o estudante comemora é em relação à vida social, que passou a ser muito mais movimentada. “Eu nunca saía com meus amigos e hoje sou eu que organizo tudo. Faço as coisas sem ter medo de ouvir piada sobre meu peso”, diz, satisfeito.

Atualmente ele mantém os 70 kg e já se permite comer um pouco mais de vez em quando. “Eu sei que não pode ser todos os dias, mas me libero e continuo minha vida normal no dia seguinte”, conta. Agora, no entanto, o foco não é mais a perda de peso. “Olho no espelho e acho que não preciso mais emagrecer. Agora quero ganhar massa muscular”, finaliza.

(Foto: Arquivo pessoal/Heitor Marinho da Silva Araújo )

Fonte: G1