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Reino Unido autoriza embrião que leva DNA de três pessoas

Com o objetivo de prevenir uma classe de doenças genéticas incuráveis, o Reino Unido se tornou a primeira nação a autorizar a geração de bebês com DNA de três pessoas diferentes. A Câmara dos Lordes (que seria equivalente ao Senado brasileiro) votou 280 a 48 a favor da mudança da lei. No começo do mês, a mudança tinha sido aprovada na Câmara dos Comuns por 382 a 128.

Agora, para realizar o procedimento, clínicas de reprodução assistida do Reino Unido poderão pedir autorização governamental.

O procedimento é bastante conhecido por pesquisadores e consiste em formar um embrião que tenha o núcleo com o DNA do pai e da mãe e, ao mesmo tempo, mitocôndrias de uma outra mulher.

As mitocôndrias (que geram energia para a célula) têm um DNA próprio, e uma pequena parte da carga genética da criança será herdada da segunda mulher.

Com isso, segundo cientistas, doenças graves que poderiam ser transmitidas ao bebê por uma mitocôndria materna sabidamente defeituosa poderiam ser evitadas.

Só uma pequena fatia do DNA total de um organismo humano está na mitocôndria ""cerca de 0,1%.

O parlamentar John Gummer disse aos lordes que não era eticamente contrário à técnica, mas que estava preocupado com um conflito com a legislação europeia.

"Não se deve mergulhar em algo até que se esteja certo de ter levado todas as questões em conta", disse.

O médico e parlamentar Robert Winston disse que o começo será arriscado, como andar no escuro, mas que o mesmo aconteceu com a fertilização in vitro e outros avanços da ciência médica.

"Seria extremamente incorreto esta casa rejeitar aquilo que foi aprovado pela câmera eleita democraticamente", disse Winston.

Fonte: Folha de S. Paulo

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